Alguns leitores comentaram meu post do dia 9, sobre a mudança de perfil do segmento de áudio high-end (poderia ter acrescentado também vídeo high-end, mas isso é outra história).
 
Citei marcas tradicionais – Krell, Mark Levinson, B&W – que nos últimos meses aderiram à onda do iPod. Agora, mais um ícone da audiofilia, a norte-americana Wadia, mostra que segue na mesma direção. A empresa exibiu durante a CES o iTransport (foto), definido como um “player dock”, capaz de extrair de um iPod um som igual ao de um CD. Será lançado nos EUA em março, por US$ 349, diz a empresa.
 
Ainda não ouvi nenhum desses produtos, mas parece evidente que empresas tão ciosas de seu padrão de qualidade não irão comercializar um reprodutor qualquer, ainda que seja para ouvir MP3 e WMA. Certamente, terão desempenho superior ao daqueles docks que você compra em qualquer esquina.
 
Mas a questão me parece mais profunda. Essas grandes marcas não querem perder o bonde da História, nem correr o risco de ficarem marcadas como “coisa de audiófilo”. Mesmo respeitando seu passado e levando em conta que sempre haverá usuários mais exigentes (e capazes de pagar por suas exigências), elas se curvam à realidade do áudio portátil.
 
Talvez tenha razão um amigo meu: para ouvir a música de hoje, com sua mediocridade, o MP3 até que serve.

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