Um dos debates mais interessantes da atualidade é sobre o uso cada vez mais intensivo de computadores nas escolas. O governo atual deu sua contribuição, ao reduzir a tributação sobre produtos de informática e, com isso, baratear o custo dos computadores. Mas a questão é bem mais complexa: afinal, se fosse tão fácil, bastaria encher as salas de aula de teclados e monitores e pronto.

Vários estudiosos do assunto – e entre eles destaco o ex-presidente da Philips do Brasil, Marcos Magalhães, que dirige em Recife uma entidade voltada à educação básica – concordam que dar o computador a um estudante não é garantia de nada, muito menos de aprendizado. Mais ainda: colocar computadores em quantidade nas escolas, sem preparar professores e funcionários adequadamente, também resulta em quase nada.

Na semana passada, o caderno de informática da Folha de S.Paulo publicou extensa reportagem sobre o uso crescente da tecnologia em escolas particulares da capital paulista. De fato, temos acompanhado esse fenômeno há alguns anos, mas tenho dúvidas se os efeitos estão sendo positivos. Em muitos casos, o computador serve mais como “ponto de venda” das escolas, que todo final de ano gastam milhões em publicidade para ressaltar que estão “preparadas para o futuro”.

Tenho filhos e sobrinhos na escola particular e sei que não é bem assim. Criou-se no País uma cultura da praticidade proporcionada pela tecnologia, que chega a exageros como um estudante realizar todo um trabalho escolar com base nas pesquisas do Google e dar o famoso CTRL+V (copiar e colar). Basta então imprimir tudo e entregar à professora – que, em grande parte dos casos, e por puro comodismo, aceita o trabalho sem maiores questionamentos.

Este artigo mostra bem os efeitos de uma política educacional equivocada.

Ou seja, é preciso, sim, investir em tecnologia nas escolas, e bons exemplos disso podem ser encontrados num hot site sobre educação a distância, que está saindo na Folha OnLine (clique aqui).

1 thought on “Computador na escola é solução?

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