Sempre aprendo muito com os artigos do prof. José Pastore, da USP, talvez o maior especialista do Brasil em política trabalhista. Pastore poderia facilmente ser ministro do Trabalho em qualquer país. Aqui, porém, nunca teve a menor chance: não é político, nem gosta de se envolver em política. Vale a pena conferir seu site: http://www.josepastore.com.br/
Em seu artigo de hoje, sob o título “Profissionalizar não é para amadores”, ele analisa uma idéia lançada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que vai mais uma vez na contramão da História. O ministro quer que o governo participe mais ativamente dos programas educacionais do chamado Sistema S, que inclui SESI, Senai, Senac etc. A idéia seria distribuir recursos e fiscalizar sua aplicação. Claro que não faz o menor sentido, até porque os cursos do Sistema S estão entre as poucas coisas que funcionam na educação brasileira.
Mas Pastore não se limita a ser contra a idéia. Explica, em detalhes, como funciona esse sistema, algo que ele pessoalmente estuda há décadas. Ao contrário da maioria das escolas particulares brasileiras, e de quase todas as públicas, lá o aluno aprende a se portar como cidadão. E, em geral (claro que há exceções), sai preparado para a vida profissional. Quem controla? Ora, as próprias empresas, que são quem mantém o sistema e se beneficiam dele quando o aluno se forma. Simples, não?
Pois é, simples, mas difícil de entrar na cabeça de um burocrata estatal. E, como dinheiro nessas instituições não é problema, é bem provável que alguns espertinhos estejam de olho em mais essa boquinha.
Bem, leiam o artigo aqui e digam se não tenho razão.