ruycastro.jpgFalando em colunistas brilhantes, não posso deixar de comentar o artigo de Ruy Castro, hoje na Folha de S.Paulo, sobre a notícia de que, na Europa, começa agora a ser permitido o uso de celular em aviões. Antes de comentar, só quero dizer que Ruy – com quem já tive o privilégio de trabalhar – é um dos meus gurus na imprensa e, é claro, na literatura, com suas insuperáveis biografias.

O raciocínio de Ruy é irrepreensível: se o celular for mesmo liberado, nós, mortais, que não temos o mau hábito de falar em público sobre nossa vida privada e respeitamos os ouvidos alheios, estaremos perdidos. De repente, no meio de um vôo, quando estivermos tentando tirar aquele cochilo conquistado a duras penas, o(a) passageiro(a) ao lado irá sacar seu celular para contar a alguém sobre a filha que está menstruada, ou sobre o exame de fezes do filho!!!

Se na Europa isso já é um problema, imaginem no Brasil, onde as pessoas ainda chegam ao absurdo de entrar num cinema ou teatro e “esquecerem” de desligar seus celulares. Já participei de reuniões com até cinco pessoas numa sala onde quatro (sim, quatro) portavam seus celulares e interromperam a conversa para atender ligações que nada tinham de urgentes.

Sim, Ruy (usuário freqüente da Ponte Aérea) tem razão em se preocupar. Corremos o risco de que tudo vire um imenso big brother, com exposição pública das vidas alheias que, aliás, não nos interessam nem um pouco. Pior para Ruy, como ele mesmo diz, pois terá de sucumbir a algo para ele inadmissível: o uso do iPod.

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