Como se previa, o caso BrOi vai se confirmando como um dos grandes escândalos financeiros desta década. A notícia mais recente é que a Oi/Telemar obteve R$ 4,3 bilhões do Banco do Brasil para fechar a compra da Brasil Telecom, que tem entre seus sócios um certo sr. Daniel Dantas. Em abril, a empresa tinha conseguido R$ 2,6 bi do BNDES. Ou seja, já tem garantidos R$ 6,9 bi de dinheiro público. Tudo isso em nome de criar uma “super-tele”, capaz de enfrentar as gigantes multinacionais.

Parece linguagem da década de 60, mas é essa a política do atual governo, enrolado até o pescoço em escândalos financeiros. Segundo leio no Estadão de hoje, vem mais por aí: a Oi estaria preparando uma emissão-monstro de notas promissórias para levantar mais R$ 3,6 bi. A intenção da empresa é captar no mercado um total de R$ 11 bilhões para fechar o negócio. A essa altura, com o escândalo Dantas comendo solto, quem iria comprar esses papéis, sabendo que parte do dinheiro será destinado aos cofres do banqueiro? Simples: algum fundo de pensão estatal muito preocupado com o interesse público…

Neste país de leis tão flexíveis para os donos do poder, somente dois órgãos públicos podem barrar a conclusão desse assalto: a Anatel, que ainda precisa aprovar a mudança na legislação de telecomunicações para permitir a fusão da Oi com a BrT; e o Cade, que pode votar contra o negócio por prejudicar a livre concorrência no setor. As decisões de ambos ainda vão demorar, mas mesmo assim a Oi atua livremente no mercado, comprando ações da BrT na Bolsa e levantando dinheiro sabe-se lá como, na certeza de que a brincadeira será aprovada.

É o que acontece “neste país”.

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