Meu amigo de velhos carnavais João Carlos Jansen Wambier comentou apropriadamente o post que coloquei aqui anteontem, sobre a nova campanha da Philips, que compara seus TVs LCD aos concorrentes. De fato, é preciso saber em detalhes como foi feita essa comparação, e claro que os anúncios da Philips, muito bem produzidos pela agência Africa, não permitem essa análise. A empresa até colocou no ar o site desafiophilips, onde se descobre, por exemplo, que o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) e a empresa de auditoria Trevisan endossam o trabalho. Só que ambos deixam claro que não participaram do processo de análise dos aparelhos em si, apenas aprovaram os procedimentos, sem entrar em detalhes.

Bem, esse tipo de ação publicitária sempre gera polêmica, e não será surpresa se, nos próximos dias, um dos concorrentes reagir. Parabéns à Philips pela idéia ousada, mas sabemos todos que uma comparação como essa – e temos feito várias delas, na sala de testes da revista HOME THEATER – só tem razão de ser quando quem comanda o processo é absolutamente isento, o que obviamente não é o caso.

Seja como for, essa história me fez lembrar dos antigos shootouts, testes comparativos que presenciei, anos atrás, durante a Infocomm, feira de equipamentos de projeção que acontece sempre no mês de junho, nos EUA. Num salão totalmente escuro, eles colocavam lado a lado dezenas de projetores, de várias marcas, todos conectados a uma mesma fonte de sinal. Cada fabricante podia ajustar seu projetor como quisesse logo pela manhã, antes que o salão fosse aberto aos visitantes, que ao longo do dia podiam checar o comportamento dos aparelhos ao reproduzir materiais variados (cenas de filmes, fotos em alta resolução, desenhos animados, imagens de videogames, gráficos). Ao final do evento, os visitantes escolhiam os projetores que apresentaram a melhor imagem.

Que eu tenha conhecimento, este é o melhor e mais transparente método de comparação. Mas deu tanta polêmica que a própria Infocomm decidiu acabar com essa prática.

4 thoughts on “Comparando o incomparável

  1. Este procedimento da Philips é e foi completamente antiético, pois a comparação não foi controlada por entidade técnica isenta e os parâmetros utilizados são desconhecidos. Não imagino porque os demais fabricantes não contestaram e processaram judicialmente a Philips imediatamente. São as tais sutilezas e meandros do mercado brasileiro e da concorrência. Felizmente, a Philips já retirou a enganação da mídia.

  2. Acho a Philips é mais focada no mercado especializado. Os outros fabricantes demonstram se preocupar muito com a marca e com a quantidade de unidades vendidas. Por isto elas aparecem mais nos grandes pontos de vendas do varejo. Geralmente em lojas especializadas os vendedores dão mais ênfase para a Philips. Por um lado deve ser devido ao foco do fabricante e por outro pelo diferencial da qualidade que eu pessoalmente acho melhor na Philips, ponto obrigatório em que o vendedor deve conduzir seu cliente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *