Acabo de ler artigo de meu amigo Sami Douek sobre a degradação da qualidade sonora nas gravações musicais, um problema que surgiu quando se descobriu a compressão digital. Sami cita inclusive artigo de Robert Levine, na Rolling Stone americana, sobre os males que a compressão causa à música – qualquer música. É um tema interessante para discussão, sem dúvida. Lembro que quando visitei a B&W, na Inglaterra, John Dibb, engenheiro-chefe da empresa, me dizia que acha inútil a discussão sobre se o CD é melhor que o vinil, ou vice-versa. “O vinil também tem compressão”, lembrava ele.

Talvez possamos ressalvar que existem compressões e compressões. Assim como há gravações bem feitas e outras péssimas. Como também há ótimos músicos e outros… bem, nem tanto. Mas é fato que a digitalização, que torna a música mais acessível, elimina um dos principais fatores que determinam os bons hábitos musicais, que é a capacidade de discernimento. Tudo se equaliza por baixo, inclusive os ouvidos, e quem não está acostumado a ouvir música boa acaba tomando o baixo nível como referência. Infelizmente.

A propósito, acabo de ler também a notícia de que a Sound Advice, uma das melhores lojas de áudio e vídeo dos EUA, está fechando suas portas. Conheci a sede, em Miami, mas a rede toda tem 22 lojas, e durante um bom tempo foi sinônimo de alto padrão em produtos e serviços. Não suportou a crise, levada pela falência do grupo Tweeter, que havia adquirido a rede em 2001. Seguiu assim o exemplo da Tower Records, maior rede de lojas de discos do mundo, que ruiu no ano passado.

São notícias assim que deixam mais tristes os que apreciam a música de boa qualidade, reproduzida em equipamentos idem.

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