Nos EUA, o país dos advogados, acabaram de descobrir mais uma aparentemente inesgotável fonte de renda: os blogs. Com a multiplicação desse tipo de mídia (calcula-se que já existam mais de 200 milhões), as empresas detectaram que precisam se proteger. E os escritórios de advocacia nunca trabalharam tanto na área digital – o chamado direito cibernético é um dos ramos que mais crescem.

Segundo reportagem do The Wall Street Journal na semana passada, já chega a US$ 17,4 milhões o total de indenizações pedidas à Justiça americana por pessoas que se dizem vítimas de difamações, ameaças e invasão de privacidade cometidas em textos postados em blogs e redes de relacionamento. Há ainda uma infinidade de ações sobre infração de direitos autorais. Com a febre do Twitter e dos microblogs, onde qualquer um pode escrever qualquer coisa sobre qualquer assunto ou pessoa, esse tipo de problema só faz aumentar. Claro, nem todas as ações resultam em condenação, até porque nos EUA é muito forte o movimento em defesa da liberdade de expressão, garantida pela Primeira Emenda da Constituição. Mas é grande a chance de dor de cabeça para quem escreve o que bem entende, porque os advogados vivem monitorando tudo que é publicado.

Em Nova York, foi criado um centro de pesquisas sobre as leis na mídia digital, que procura orientar os blogueiros e ajudar nas novas interpretações da lei que a internet está impondo. “O que as pessoas escreviam nas paredes dos banheiros públicos agora é visto por milhões em todo o mundo”, resume Sandra Baron, diretora do Centro. É isso aí: liberdade é bom, mas sem responsabilidade pode se tornar um perigo.

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