Não sei se a explicação é convincente, mas o presidente da Telefonica, Antonio Carlos Valente, disse ao site Tela Viva, especializado no assunto, que a empresa está “no limite” de sua capacidade de transmissão de dados. Esta seria a justificativa para as panes seguidas que levaram a Anatel a suspender a venda do Speedy. Na sexta-feira passada, Valente entregou à agência um plano de reestruturação da rede da Telefonica, orçado oficialmente em R$ 70 milhões, com prazo de 180 dias para colocar tudo em ordem. Mas a questão não é tão simples assim.

Segundo Valente, o cabo submarino que carrega os sinais da Telefonica não suporta mais aumento de tráfego. Cabos desse tipo são usados por todas as grandes operadoras para permitir acesso à internet e às redes telefônicas internacionais. São elementos fundamentais no processo. Se o cabo não está dando conta do tráfego, só há uma solução: instalar ou alugar outro cabo. O plano da Telefonica seria usar o cabo da Telecom Italia (TIM), na qual o grupo espanhol tem participação acionária. Mas isso exige aprovação da Anatel.

“Hoje, estamos chegando ao limite da eletrônica”, disse Valente ao Tela Viva, numa espécie de autocrítica. Valente reconhece que a empresa errou ao estimar o aumento de seu tráfego de voz e dados, o que acabou causando sobrecarga na demanda. Agora, quando o Speedy voltar a ser comercializado, a Telefonica pretende mudar sua estratégia de vendas: só irá vender a capacidade (em megabits) que realmente puder entregar, e não – como faz hoje a maioria das operadoras – anunciando números fantasiosos só para atrair assinantes. Além disso, a empresa promete ser mais rigorosa ao projetar o crescimento do tráfego.

Bem, antes tarde do que nunca. Tomara que Valente esteja mesmo falando sério. Só o tempo dirá.

2 thoughts on “Telefonica e o cabo submarino!

  1. Não acredito em nenhuma das palavras do presidente da telefônica trazidas na matéria. Tenho certeza de que, como todos os seus atendentes e subordinados, é da mesma forma um incompetente e mentiroso. O governo, errou e gravemente, ao deixar todos os Paulistas nas mãos de uma única empresa de telefonia, que por ter certeza de que não tem concorrentes não se esforça para atender e, bem, seus clientes. Deviam perder a concessão e serem condenados a nos devolver tudo o que receberam pela prestação de péssimos serviços durante esses anos.

  2. Só um commentário. Entre projeto e implantação de um cabo desses, leva-se 3 anos. Se os caras não se planejaram…

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