Enquanto todo mundo fala na queda de preços dos players Blu-ray, e muitos reclamam que os preços dos discos não caem na mesma proporção (o que é verdade), vejo que mais uma vez o mercado não está sabendo explorar – no bom sentido – essa fantástica mídia de entretenimento e cultura. Já temos quase 400 títulos em Blu-ray no País, e poucos, muito poucos mesmo, trazem extras decentes; alguns, nem extras têm. Em discos que amigos trazem do Exterior, é uma festa: alguns vêm com duas ou três versões diferentes do filme, para o fã de cinema escolher.

Considerando a capacidade de memória de um disco Blu-ray (até 50GB, nos de dupla camada), haveria espaço de sobra para se colocar uma infinidade de bônus: bastidores da produção, entrevistas com os atores e o diretor, comentários em áudio, documentários relacionados ao tema do filme, jogos interativos, trailers de cinema, links para a internet, slideshows, videoclipes, cenas cortadas… Muitos conteúdos como esses já tivemos nas versões em DVD de clássicos como Blade Runner, Cantando na Chuva, Casablanca, Cidadão Kane, Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Matrix, só para citar alguns que lembro de cabeça. E coube tudo num singelo DVD, com “apenas” 4.7GB de memória (o de camada simples). Imaginem o que poderíamos ter num Blu-ray, além, é claro, de áudio e vídeo de melhor qualidade!

Me faz lembrar o mercado de discos (quando ainda existia). Comprávamos um CD – que tinha capacidade para 74 minutos de música – e só encontrávamos dez ou doze faixas, que totalizavam 40 minutos, ou nem isso… Às vezes, éramos obrigados a adquirir um disco inteiro só por causa de uma ou duas músicas. Até mesmo grandes artistas se beneficiaram disso, na crença (correta) de que o fã não se importaria. Aí veio a internet e acabou com a festa; ou melhor, acabou com o conceito de “álbum”, que surgiu nos anos 50, com gênios como Miles Davis, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e outros que sabiam usar a mídia analógica da época e não queriam enganar ninguém.

Agora, querem que paguemos no mínimo 50 ou 60 reais por um filme que utiliza somente uma pequena parte de sua capacidade; e que, portanto, poderia custar apenas uma pequena parte do seu preço. Só encontro uma explicação: é muita ganância! Ou então preguiça demais!

13 thoughts on “Blu-ray e os extras. Que extras?

  1. Acredito que a idéia seja disponibilizar conteúdo extra num canal web exclusivo. Com a vantagem de ter conteúdo atualizável. De qualquer forma, é um desperdício.

    Por outro lado, produzir extra também tem seu custo, que, acredito eu, acaba sendo colocado no preço final do disco.

    Insisto na idéia de se usar um disco Blu-ray para colocar temporadas completas de séries em qualidade DVD.

  2. Quanto custaria um livro de com 500 páginas à mais “em branco”? e quem pagaria por isso?

    A preguiça é sem dúvida dos produtores e consumidores. De fato, o grande público nem sequer percebeu que o “V” de DVD significa versátil e não vídeo. Esta versatilidade dá um grande salto em relação ao velho VHS. Isto sim foi o grande passo da tecnologia após o vídeo CD que comercialmente nasceu morto, não por motivos técnicos, mas pelo pouco que tinha que agregar diante da inevitável evolução da mídia. Sou devorador de DVDs que trazem bônus como cita no seu texto, e permitindo à todos rever e apreciar clássicos, como acontece hoje graças ao Home Theater que é um complemento à sala de cinema (e não substituto). Concordo com a falta que faz um Blue Ray que justifique plenamente seu preço. Precisamos de mais “Art&Brain” ao lado de “pixels”!

  3. Esse é mais um exemplo do fato de que pagamos mais caro em nosso País por produtos inferiores que lá fora são melhores e mais baratos,senão vejamos:compramos alegremente carros já fora de linha na Europa e USA ou que lá estão 2 a 3 gerações à frente(Stilo,Astra,Golf,C3,Uno,Vectra,207,etc);pagamos mais caro por”banda larga”mais lenta,compramos tvs e blurays mais caros e de séries anteriores,que aqui são lançados como o ápice da tecnologia.Não poderia ser diferente com os discos de blu.A solução talvez seja um boicote,mas é difícil resistir pois eles acham que”índio quer apito”,e o pior é que têm razão…

  4. O mesmo acontece com os Blurays lançados aqui, em especial os da Disney. As versões a venda nos EUA são maravilhosas, com dois ou até três discos. Aqui lançam um só disco e poucos extras. E pagamos, claro, bem mais por eles.

  5. Concordo com tudo, e é por isso que estou virando um freguês cada vez mais assíduo da Amazon: os preços de Blu-Ray no tradicional site caem dia-a-dia, além do imenso catálogo de títulos com legendas em português (o mais recente é a obra prima de John Landis “An American Werewolf in London”, que além das legendas em portuga tem vasto material extra, por apenas $16,99!).

  6. Concordo plenamente com o exposto por Orlando e com os comentários dos leitores. E volto a insistir na questão da qualidade de som. Muitas vezes, é bem melhor comprar nos EUA, em detrimento do produzido no país, mas os genios não estão interessados nisso, pois a ganância é a questão básica.

  7. Os discos de Bluray continuam com preços proibitivos, 3 a 4 vezes mais caros que nos USA! Um absurdo! Se surgir uma tecnologia alternativa de qualidade e preço atraente o bluray JÁ ERA!

  8. Não foi indústria a culpada da ascenção da pirataria?

    Além de tudo isso, o preço para locadoras é quase o triplo do que os vendidos nas lojas, que já é caro!

    Como pedir para um dono de locadora comprar um Senhor doas Anés por 124 reais quando nas lojas custava 45?

    a indústria chora hoje sua incompetência, e acabar com as locadoras foi acabar com a própria indústria. E estão fazendo tudo de novo com os BD.

  9. Um gravador de Blu-Ray para computador já tem um preço quase aceitável. Quero ver o que a indústria vai fazer quando a mídia virgem de Blu-Ray chegar ao patamar de R$10,00~R$15,00. Abaixem logo o preço para não chorar depois…

  10. Como a industria Brasileira de entertenimento é medíocre não seria diferente do BD,é igualzinho a tv aberta, que só tem progama de auditório, e pior, quando o fazem, e copia barata de americano, mas fazer o que…
    Lembro me quando começou a BRIGA entre BD e Hd-Dvd, ouvia comentário de como o BD seria ótimo pela sua capacidade a mais, ( esperava-se que inundariam de extras etc…), eu sempre apoiei o Hd-Dvd, pois a sua base de produção era mais barata e estava PRONTA, não necessitando fazer pagamentos de hoyalds e mudar toda a base de produção, mas os EXPERTOS DA INDUSTRIA querem vender o produto mais caro pelo mesmo conteúdo, taí o Blue-Ray para todos nós pagarmos mais caro e sem conteúdo.
    Amigos leitores e Sr Orlando, como eu queria que a Toshiba tivesse peito e continuar com o processador Upscaling para dar uma turbinada nos nossos Lindos Dvds, mesmo que a imagem fosse um pouco abaixo do Hd, mas faria a Sony pensar 2 vezes em cobrar tão caro pelo Blue-Ray, mas é a minha humilde Opinião.

  11. Há e detalhe que eu não especifiquei.
    Para que tanto espaço se a produção brasileira não completa com o conteúdo??, se eles não conseguem nem ENCHER UM DVD quanto mais um Blue-ray, por isso o Hd-Dvd era a opção mais sensata.

  12. Pois vejam, existem produçõese que até parecem píratas, pois não se dignam nem a inserir um folder de informãções tecnicas. é o disco e a capa preta, só. Ñão dá nem vontade de colocar no player…

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