pressComo bem disse outro dia o técnico Dunga (e antes que me critiquem já vou logo dizendo que não tenho a menor simpatia por essa figura arrogante), jornalista gosta de criticar, mas não de ser criticado. Isso existe desde que o primeiro ser humano achou que podia despejar algumas mal traçadas numa folha de papel e sair por aí distribuindo para a plebe iletrada. Aí, veio um tal de Gutenberg e tornou a brincadeira mais divertida (e lucrativa). Hoje então, com a internet, é incrível a quantidade de “experts” nisso e naquilo.

E por que estou falando desse assunto? O site Comunique-se, dirigido basicamente a profissionais de comunicação, relata o caso de uma jornalista que acidentalmente descobriu seu texto publicado num jornal com assinatura de outra pessoa. Isso mesmo: roubo de texto!!! A moça trabalhava na assessoria de um político, e o jornal não teve o menor pudor de simplesmente publicar o press-release dela, com assinatura de alguém “Da Redação”. Dizem especialistas ouvidos pelo site que isso é crime, e pode resultar em processo por danos morais.

Corta para a imprensa especializada em tecnologia. A quantidade de press-releases que recebemos diariamente é imensa. Mas o número de jornais, revistas e principalmente sites e blogs que publicam esses textos na íntegra é quase tão grande quanto. Pior: não são poucos os “jornalistas” (e aqui as aspas são indispensáveis) que transcrevem os releases e até os assinam, como se fossem seus. Seja para fazer média com o fabricante que enviou o texto, seja para simplesmente mostrar que estão bem informados. Citar a fonte? Isso é luxo… A bem da verdade, não acontece apenas no nosso ramo. Já li centenas de críticas de filmes (ou de discos, ou de vinhos…) que são puro decalque de algum texto estrangeiro. Lembram-se do caso da revista Veja, que comentei aqui?

Infelizmente, só há um remédio: ficarmos todos atentos ao que lemos e consumimos de informação. A imprensa é simplesmente o retrato da população em geral. É preciso sempre ler desconfiando.

1 thought on “Confusão na informação

  1. Calma aí Orlando! Como você começou com o Dunga, é por ele também que vou começar.
    Acho que ele está certíssimo em falar do jeito que falar do jeito qu efala com a imprensa. E mesmo sabendo que na verdade ele acaba sendo grosseiro com quem está em casa (pois somos nós quem consumimos suas entrevistas, já que a imprensa apenas as reproduz, nós todos falamos muito mal e faltamos com respeito ao profissionalismo e até mesmo à pessoa do cara.
    Todos nós colhemos o que plantamos. Foi assim com quase todos os técnicos que perambularam pela seleção. Agente massacra, a mídia massacra e quando os caras ganham, as emissoras fazem poemas com palavras e imagens sobre isso.
    Além disso, me diga: quantas pessoas você conhece no seu meio profissional e pessoal que têm e mantém opinião, mesmo que o mundo seja contra? É coisa rara ver isso hoje! Veja o que acontece nesses programas medíocres de auditório. Basta alguém dizer alguma bobagem da moda, que os indivíduos ali aplaudem se achando cidadãos cumprindo seu dever.
    Eu prefiro um cara como ele e o Murici que resolvem, do que um otário, metido a besta e todo polido, que senta de pernas cruzadas, fala tudo certinho e politicamente e não resolve nada, apenas enche linguiça!
    Veja o caso da professora, que esta semana fez o aluno pintar as paredes que pixou: as pessoas sabem o que é certo. Sabem que os pais têm a obrigação (eu disse OBRIGAÇÃO) de educar e impor (eu disse IMPOR)limite aos filhos pra que eles não façam algo assim.
    O que aonteceu foi uma consequência (eu disse CONSEQUÊNCIA) da falta de correção por parte dos pais, e por isso quem corrigiu foi o estado. É assim mesmo que acontece, depois que o indivíduo cresce. Nesse caso, veja o lance do bandido aqui no Rio que fez a dona de uma farmácia de refém. A polícia, que não faz carinho e nem tem o papel de educar o rapaz, fez o que tinha que fazer e ele recebeu o que procurou receber (novamente digo CONSEQUÊNCIA).
    Se eu não souber seguir comando na minha vida, eu não saberei ter limites. Se eu não tiver limites e faço o que essas pessoas que você citou fazem: roubam descaradamente o que é dos outros. Inclusive textos.
    Acho que necessidade de ganhar, de se exibir de estar bem na fita e de ganhar o pão faz com que os caras ajam da mesma forma que o personagem de Hayden Christensen no filme O Preço de uma Verdade (vejam o filme, não sejam preguiçosos).
    Tem gente que não tem carreira, ou precisa obter uma de qualquer forma e nisso temo todo o tipo de malandragem, na hora de dar a notícia.
    Você está certíssimo com relação a cara da imprensa. Ela é a nossa cara. Mente-se, engana-se, inventa-se e produz-se porcaria, porque nós consumimos isso. No dia em que o blog, revista, jornal, ou qualquer veículo com essas características não tiverem uma visita sequer, fecham-se as portas e o indivíduo que o criou, mendigará ou viverá de outros trambiques. Mas daí é aquela velha história: a polícia federal arromba a porta, vemos agentes carregando computadores e um ou mais patetas metidos a espertos algemados e com a camisa na cabeça pra tapar a sua cara sem vergonha.
    Será que o Dunga ainda é realmente tão arrogante assim?

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