Se os envolvidos fossem pessoas de respeito, até seria possível argumentar em nome do “bem do Brasil”. Infelizmente, não é este o caso. A reação irada do presidente Lula na sexta-feira, quando um repórter lhe perguntou sobre o vazamento de informações (na verdade, boatos) que levaram as ações da Telebrás às alturas, só confirma o que já se suspeitava: foi tudo armação. “Não saiu informação privilegiada de dentro do governo”, disse Lula. “No meu governo, as ações de todas as empresas cresceram. Se o jornal em que você trabalha tiver ações na Bolsa, pode estar certo que cresceram muito também.”

Alguém conhece uma empresa cujas ações tenham subido 35.000% em sete anos? Tenho amigos que operam na Bolsa e ficaram espantados com esse número. Não sei se as investigações da CVM vão dar em alguma coisa, é difícil acreditar. Se fosse um governo sério, no mínimo colocaria em standby a reativação da Telebrás, para não gerar mais suspeitas. Como não é, Lula apressou-se em confirmar: “Nós vamos recuperar a Telebrás. Nós vamos utilizá-la para fazer banda larga neste país”, disse.

O problema, para Lula e seus colegas, é que isso não depende apenas de seu desejo. A Telebrás, além de estar desativada e sem quadro de pessoal qualificado, simplesmente não possui rede própria; teria que usar os cabos de fibra óptica da Eletronet, enrolados numa interminável disputa judicial, sobre a qual já comentei aqui. Reativar a estatal que já deu tanto prejuízo ao País, até que é possível: basta contratar os “companheiros” no esquema de sempre. Difícil vai ser fazê-los produzir alguma coisa de útil.

6 thoughts on “Telebrás: o tamanho do estrago

  1. AS coisas estão ficando cada vez mais claras e o Zé Dirceu, sempre ele, está envolvido. Vindo de onde vem, boa coisa não pode ser. No fim das contas, quem vai pagar? Eu, você e todo mundo que trabalha de verdade neste país.

    Abs

    Julio Cohen

  2. Pobre jornalista. Ou o patrão o demitirá ou o governo cortará os anuncios das estatais…

  3. A história da reativação da Telebrás não está bem contada, segundo informa hoje o jornal Folha de S. Paulo. Os repórteres Marcio Aith e Júlio Wiziack descobriram que por trás da reativação da estatal está o dedo do ex-ministro José Dirceu, chefe do Mensalão, atual membro do Diretório Nacional do PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma Roussef. Zé Dirceu recebeu R$ 620 mil do principal grupo empresarial privado que será beneficiado pela reativação da Telebrás. O dinheiro foi pago ao ex-ministro do PT por Nelson dos Santos, dono da Star Overseas Venture, localizada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens. Santos só pagou R$ 1,00 pela Star Overseas, ficou de dono de uma rede de fibras óticas que, caso sejam usadas pela Telebrás, passaão a valer R$ 200 milhões. Ele alega que o dinheiro que pagou a Zé Dirceu não foi para fazer lobby, mas não explicou para que finalidade deu toda a quantia. Oito meses depois do contrato, o governo começou a falar na reativação da Telebrás

  4. meus caros, estamos aqui gastando teclado. quem decidirá se o governo PT segue mais 4, 8 ou 16 anos não somos nós nem a meia duzia de CC’s lobotomizados que contaminam os blogs para apoiar quem eles nem sabem quem são. quem decide é 80% de miseraveis que nunca viram um computador, não digerem o que conseguem ler e que adoram o vale-esmola que recebem. os petistas são donos da republica bolivariana do brasil. quem decidirá a eleição serão os donos do paquistão latino americano… o último a sair que apague a luz.

  5. E esse Nelson dos Santos é o que “herdou” a Eletronet, que está enrolada na Justiça até hoje… Orlando

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