Terminou o evento organizado pela Philips aqui em Barcelona, onde estiveram mais de 200 jornalistas de diversos países (quatro deles brasileiros). A importância dos chamados mercados emergentes foi ressaltada por todos os executivos da empresa, com Brasil e China à frente (havia também muitos russos e ucranianos). Como disse Wiebo Vaartjies, diretor da área de aparelhos de consumo, o grupo se reestruturou nos últimos anos, reduzindo suas diversas divisões para apenas três (as outras duas são as de iluminação e de equipamentos médicos). No caso dos consumer eletronics, a ênfase maior é mesmo nos TVs mais avançados, que já comentei aqui anteontem. Mas a Philips insiste num ponto: investe milhões em pesquisas para descobrir o que exatamete quer o consumidor; e a partir desses dados desenvolve produtos inovadores. Que podem não vender tanto quanto um iPhone, mas contribuem para fixar a imagem de uma empresa que detém alta tecnologia.

Foi assim que surgiu, por exemplo, o recurso Ambilight, deixado meio de lado nas últimas linhas de TVs, mas que agora em 2010 volta com força total e um avanço: um sensor que identifica a cor da parede e manipula os leds luminosos por trás do painel, para obter a combinação mais agradável na sala (foto acima). Alguns podem até achar que isso é “perfumaria”, como se diz no jargão da indústria, mas a Philips diz ter pesquisas indicando que o consumidor adora (o índice de satisfação dos usuários desse tipo de TV é de 80%, segundo a empresa).

Além do já comentado 3D, outra aposta da Philips para o segmento de televisores é o acesso direto à internet. “O TV está se transformando numa espécie de tótem dentro da sala”, comparou Vaartjies, referindo-se à possibilidade de conectar ao TV uma infinidade de fontes de sinal. Alguns dos modelos que a empresa irá lançar este ano, demonstrados no evento, já incorporam conexão DLNA (permite reproduzir arquivos de um notebook, por exemplo) e o polêmico HDMI 1.4 (para trafegar maior quantidade de dados).

Na área de áudio, as pesquisas da Philips indicam que o consumidor quer aparelhos mais simples e práticos de usar. A empresa demonstrou em Barcelona um novo tipo de processamento que chama de “Full Sound”, que consegue nivelar o som de um MP3 ao de um CD (como pediram os consumidores nas pesquisas). Na demonstração, tudo bem; vamos ver quando o produto chegar de fato ao mercado, e aí poderemos fazer nossos próprios testes. Tem ainda um sistema compacto para home theater que traz o que a Philips chama de “360 Sound”, usando minúsculas caixas acústicas traseiras em configuração dipolar.

Mas o produto mais inovador da Philips neste evento veio de outra área: a de “personal care”, que inclui barbeadores, escovas de dente elétricas e – acreditem – um massageador sensual. Tomando todo o cuidado para não ser confundido com um vendedor de produtos eróticos, um executivo da empresa fez a, digamos, demonstração do aparelho (foto ao lado), que tem versões para homem, mulher e casal (para os interessados, recomendo este vídeo, feito por minha colega Ana Freitas, do Caderno Link, do Estadão; e para os mais interessados ainda, uma informação: a versão básica vai custar na Europa 69 euros). Basta apertar um botão e… click: o corpo relaxa e os parceiros sentem-se mais à vontade. Pelo menos, é o que dizem as pesquisas.

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