Leio no site IDG Now que a Livraria Cultura terá até o final do mês os primeiros livros brasileiros em versão eletrônica. Serão títulos de três editoras brasileiras (Companhia das Letras, Zahar e Saint Paul) e duas americanas (HarperCollins e Penguin), compatíveis com os e-readers da Sony, da Apple (inclusive o novíssimo iPad) e até o Nook, da rede de livrarias Barnes & Noble, dos EUA. Só não poderão ser lidos no Kindle, da Amazon, o que é fácil de entender: a Amazon controla a ferro e fogo esse seu brinquedinho que já vendeu, dizem, mais de 3 milhões de unidades.

Sergio Herz, dono da Cultura, diz que se entusiasmou com a idéia na última CES, quando viu diversos modelos de e-readers, todos concorrentes do Kindle. E que não pretende fazer como a Amazon ou a própria Apple, que tentaram fixar elas próprias os preços cobrados pelos e-books. Segundo ele, os preços na Cultura serão flutuantes, dependendo de cada título (e evidentemente também da procura), o que é mais do que justo. O problema, diz ele, será “ensinar” o consumidor brasileiro a consumir esse novo tipo de produto: o livro eletrônico. “O grande desafio será o DRM. Teremos que ensinar o leitor a lidar com isto”.

DRM, só esclarecendo, quer dizer Digital Rights Management, ou “controle de direitos digitais”, algo que nos países desenvolvidos é levado muito a sério. Os e-books, inclusive aqueles que você compra na Amazon.com, vêm com proteção contra cópias não autorizadas. Aqui, não será surpresa se logo aparecer alguém aí distribuindo pelos torrents da vida “programinhas” para copiar o conteúdo dos e-readers.

De qualquer forma, é louvável a iniciativa da Livraria Cultura, que espero seja seguida por outras redes. Nos EUA, o mercado editorial está dando um banho de competência nas gravadoras de discos e distribuidoras de filmes, que insistem em brigar contra a internet, em vez de usá-la como mais uma mídia para veicular seus produtos. E já notaram que até hoje não existe uma loja virtual de qualidade no Brasil, onde se encontre boa oferta de músicas e filmes? Os “donos” desses conteúdos não liberam a comercialização online. Enquanto isso, a pirataria come solta…

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