Não passa uma semana sem que alguém venha me pedir sugestão ou indicação de profissional qualificado para trabalhar no segmento de áudio, vídeo e sistemas residenciais. A carência de mão-de-obra é tão grande quanto a que afeta, pelo que leio e ouço dizer, vários outros setores da economia brasileira. Um amigo engenheiro civil me conta que vem tendo dificuldade até em contratar operários para construções! Nos segmentos ligados à tecnologia, então, o problema é ainda mais grave, pois não se forma um profissional da noite para o dia.

Os dados a respeito são mesmo preocupantes. Vejam este número divulgado recentemente pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex): se o País continuar crescendo, em 2013 o mercado terá um déficit de 140 mil profissionais capacitados nas áreas de software e serviços de Tecnologia da Informação. A defasagem poderá ser ainda mais alta se o setor de serviços se expandir mais que o de produtos. Agora, esta outra análise, feita pelo site Emprego Certo, do UOL, e publicada pelo Convergência Digital: para as empresas que buscam novos profissionais, não existe mais a antiga separação entre “especialistas” e “generalistas”; o funcionário ideal é aquele que consegue conciliar as duas características de forma equilibrada. “A combinação dos dois perfis começa a ser vista como um diferencial para um bom candidato”, diz Luiz Pagnez, diretor do Emprego Certo, que analisou os requisitos para mais de 170 mil vagas oferecidas. “Além disso, a atualização constante ou continuada, o domínio de línguas estrangeiras, ferramentas de informática e internet, já passaram a ser pré-requisitos obrigatórios em muitas posições”, completa ele.

A situação, portanto, é mais do que preocupante. Um país que nunca investiu em educação básica não pode agora exigir de seus jovens em idade universitária, ou mesmo recém-formados, habilidades como essas acima. A busca por um emprego acaba se tornando uma batalha inglória e muitas vezes frustrante. Por mais que a demagogia dos políticos diga o contrário.

6 thoughts on “Mão-de-obra desqualificada

  1. Orlando,
    Pelo visto, então, estão procurando agora um profissional que sabe “quase nada” de “quase tudo” ? Na minha época esse profissional tinha um nome : ” chutador”. Desculpe mas nessa área de software e tecnologia da informação ( que muitos confundem com informática) tenho me deparado com muitos ” conhecedores” do assunto que não apenas desinformam como trazem prejuízos a quem precisa deles.

  2. Levando em consideração que um empregado custa 106% a mais para o empregador e que os programas sociais do governo insentivam as pessoas a esperar que caia do céu e não trabalhar por pouco, este quadro não vai melhorar tão cedo…

  3. Coloque um anúncio no jornal pedindoa vaga e prepare para se divertir com as perolas…

  4. A população brasileira está muito desqualificada. Basta observar os trabalhadores dos serviços básicos. Executam o básico e olhe lé. Sempre reclamando que ganham pouco mas não conseguem executar o mínimo. Em minha região a média de ganhos (salários + beneficios) de instaladores fica na faixa de 1600 Reais. Sem curso superior e sem uma especialização. Apenas pessoas que entendem do assunto mais que a média dos outros e se especializam dentro da empresa. Os mais espertos viram concorrentes e passam a prostituir o mercado, cobrando menos que os especializados, porém um pouco mais que ganhavam como empregados. Assim nivelam o mercado por baixo, reduzindo os valores de referencia, o que acarreta em uma necessidade de custos (salarios) menores para as empresas. É um ciclo vicioso onde todos perdem.

  5. Caro Orlando.
    Sempre desejei trabalhar no segmento de audio e video, particularmente em home theater. Como não posso ir a São Paulo para fazer cursos específicos, adquiri conhecimentos por conta própria. Li todos os livros e artigos técnicos que pude encontrar. Sou técnico em desenho arquitetônico, engenheiro eletricista e tenho especialização em cabeamenteo estruturado (LAN), mas mesmo assim não consegui emprego no setor de audio e video. Não foi por falta de bater nas portas das empresas. E olha que moro em um Estado onde estão situados alguns dos maiores distribuidores e instaladores de equipamentos para home theater. Creio que os empresários do setor infelizmente procuram mais os “técnicos” para poder pagar menos. Tomara que eu esteja errado !!!
    Abraços.

  6. Olá Douglas, se você disser onde mora talvez possam indicá-lo a alguma empresa do setor. Abs. Orlando

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