O competente e bem informado jornalista Daniel Castro, especializado nos bastidores da televisão, levantou esta semana uma boa discussão sobre o hábito dos canais de TV paga de repetirem exaustivamente alguns filmes. A partir de um debate que houve durante o Congresso da ABTA, Castro questiona essa política que é tão criticada pelos assinantes. Já comentei o assunto aqui, mas a polêmica é interessante: será mesmo que a repetição é um problema?

“Se fosse, cairia a audiência, e não é o que temos visto”, defende-se Bianca Maksud, gerente da Globosat. Ela, como todas as programadoras, diz que a repetição é uma característica do serviço de TV por assinatura, em que o usuário pode se programar para assistir aos conteúdos oferecidos no horário que lhe for mais conveniente e, assim, acrescento eu, deixar de ser “escravo” das grades da TV aberta. Mas não apenas isso. Fernando Medin, da Discovery, garante que muitas vezes a repetição dá mais audiência do que uma nova atração.

Certo, há exageros. Já vi filmes serem repetidos oito ou dez vezes ao longo de uma semana. Mas essa história me fez lembrar de uma frase que ouvi anos atrás, quando o mercado de videolocadoras estava no auge: filme novo é aquele que você ainda não viu! Isso mesmo: se você jamais assistiu a, digamos, Casablanca ou Cidadão Kane (só para ficar com os dois melhores de todos os tempos), então eles são novos.

Calma, não vamos levar essa discussão tão a sério. Por infelicidade, citei dois filmes que pode-se perfeitamente assistir oito ou dez vezes sem cansar. Não é o caso da maioria das produções recentes. De qualquer modo, não invalida meu raciocínio: viva as repetições!!!

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