Peço licença àqueles leitores que não gostam quando falo de política, mas a data merece. E aproveito para contar uma pequena história familiar. Meu filho, de 17 anos, vai votar pela primeira vez. Outro dia, me perguntou: “Se eu não gosto de nenhum candidato, como devo votar”? Dúvida cruel, e ao mesmo tempo plenamente compreensível, diante do quadro político que temos. Pensei um pouco e dei uma resposta, digamos, politicamente correta: “Se você acha que todos os candidatos são ruins, então vote no menos pior. Mas, pelo menos, vote. Não perca essa oportunidade”.

Como tantos brasileiros, também sofro a tentação de anular o voto. Já fiz isso no passado. Foi justamente na disputa entre Collor e Lula, em 1989, minha primeira eleição presidencial. Aprendi que quem se recusa a votar perde também o direito de reclamar. Isso vale para a eleição do síndico do condomínio e também para qualquer cargo político. Não sou daqueles que acham que todos os políticos são iguais. Agora mesmo, pesquisando na internet, encontrei alguns candidatos a deputado que merecem pelo menos um voto – de confiança. Outros me são sugeridos por amigos, mas aí mais por questão de relacionamento.

Para quem está na dúvida, temos um belo exemplo recente, vindo dos EUA, onde o voto não é obrigatório. Mais de metade da população americana acostumou-se a não ir às urnas, anos e anos seguidos, na crença de que isso não tinha importância. Na eleição de 2008, com a chance de eleger Obama (e com isso afastar definitivamente do cenário o então presidente Bush), muitos mudaram de ideia. E, com isso, mudaram os destinos de seu país. Obama pode não ser perfeito (quem é?), mas com certeza é infinitamente melhor do que seu antecessor, certo?

Se alguém acha que as coisas estão erradas, a hora de mostrar isso é agora, na urna, e não nos botequins da vida, nem escondendo-se sob nomes falsos na internet. Como já disse o grande escritor inglês Arnold Toynbee: “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados por aqueles que se interessam”. Ou, falando português claro, como o grande escritor Lima Barreto: “Cada povo tem o governo que merece”.

Se você acha que merece mais do que o que está aí, agora é o momento de mostrar isso. Votando.

Aliás, estes endereços podem dar uma boa ajuda:

Como votar direito

Como escolher o melhor candidato

Quais candidatos combinam com seu perfil

Quais candidatos mentem mais

E quais fazem promessas inviáveis

O que pensam, mesmo, os presidenciáveis

Um método para escolher candidato

Como votar de modo consciente

A importância do voto e da democracia

A democracia no Brasil







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