Seria mais ou menos como se Lula (esqueçam, agora é Dilma) convidasse para jantar os presidentes ou diretores da Toshiba, da Globo, da UOL, da Positivo, da Totvs e de outras grandes empresas brasileiras, talvez do CNpQ, de algumas universidades, quem sabe representantes das principais multinacionais do setor de tecnologia instaladas no Brasil. Seria. Alguém consegue imaginar esse encontro?

Pois é, nesta quinta-feira o presidente Barack Obama fez exatamente isso com os líderes de algumas das empresas mais importantes do setor: Apple, Google, Facebook, Yahoo, Cisco, Twitter, Netflix e Oracle, além do presidente da Universidade Stanford (foto). Assunto: como o governo pode impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológicos no país. Obama queria sugestões para implantar um plano de apoio à área de R&D (Pesquisa & Desenvolvimento), que faz parte do orçamento recém-aprovado, prevendo uma reserva de alguns bilhões para isso, segundo The Wall Street Journal. Quase nada foi divulgado sobre os detalhes da conversa, mas Obama conseguiu trazer até Steve Jobs, que está de licença médica (boa notícia, sinal de que a doença não deve estar tão grave como se temia).

Mas o simples fato de ter havido esse encontro já é digno de aplauso. Obama, que se elegeu em grande parte devido às redes sociais, fazendo inclusive com que milhões de pessoas que nunca votavam comparecessem às urnas, foi o primeiro presidente americano a definir claramente uma política de apoio à tecnologia. E a reafirmar que isso é fundamental para o futuro de um país que se pretende de Primeiro Mundo. Num discurso ontem de manhã, ele disse textualmente: “Vamos derrubar todas as barreiras ao crescimento. E precisamos do setor privado para expandir a economia e fazer o governo funcionar melhor”. Segundo um assessor, Obama pediu aos líderes das grandes empresas ideias para estimular as crianças e os jovens a estudarem mais matemática, ciências e engenharia.

Ressalto aqui o trecho “fazer o governo funcionar melhor”. E repito a pergunta: alguém imagina uma cena como essa no Brasil?

1 thought on “Obama e a elite tecnológica

  1. algo como Lula e o dono da Gradiente? Alguém se deu bem naquela reunião…

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