Depois dos oito anos de Lula, se há uma acusação que não pode ser feita a Dilma Roussef é a de demagogia. Sua discrição (talvez seja timidez, ou mesmo insegurança) lembra a velha expressão “silêncio ensurdecedor”. Mas, como ninguém é de ferro, e os marqueteiros parecem onipresentes, dona Dilma saiu-se com esta ao anunciar o que irá discutir com Barack Obama durante sua visita ao Brasil: “Vamos pedir mais vagas para brasileiros nas grandes universidades americanas”.

Ora, ora. Que tal começar pelas universidades brasileiras? Será que Dilma não sabe que as boas universidades americanas (sim, lá também há escolas ruins) são privadas e não estão nem aí para o governo? Não é Obama, nem qualquer presidente, que vai determinar quem entra em Harvard, Columbia, Stanford, Princeton, Yale etc. Lá, não existem cotas para este ou aquele, nem vale a origem do candidato, muito menos a cor da pele ou sua filiação política. Primeiro, é preciso ter dinheiro – aliás, muito dinheiro – pois para manter seus altos padrões de ensino essas escolas têm mesmo que cobrar caro. Segundo, o candidato precisa provar – e muito bem provado – seus méritos escolares.

É mais fácil Obama, que está estudando português, aprender a falar “demagogia”, “trambique” ou “maracutaia” do que conseguir vaga para alguém numa dessas universidades.

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