Numa curta de entrevista (cerca de 13 minutos), o economista e professor Paulo Rabello de Castro resumiu anteontem aqueles que, a meu ver, são os problemas centrais da economia brasileira hoje. A anunciada proposta de eliminar a cobrança de PIS, Cofins e ICMS, implantando em seu lugar uma taxação sobre o faturamento das empresas, mereceu de Rabello a seguinte definição: “rematada estupidez”. Com a autoridade de quem já trabalhou no governo e ganha a vida dando consultoria a empresas do mundo inteiro, o economista lembra que tributar o faturamento é “coisa de país subdesenvolvido”.

Não sou economista, mas parece claro, como diz Rabello, que faturamento não é sinônimo de lucratividade. Uma empresa pode faturar bilhões e estar à beira da falência; ou faturar apenas milhares e ser sólida. Qualquer pessoa que já teve uma empresa, até mesmo um profissional liberal, sabe disso. O imposto, para ser justo, tem que recair sobre quem lucra mais. No Brasil, no entanto, taxa-se com base no faturamento e na folha salarial, o que é o maior desestímulo à geração de empregos. Por isso é que o prof. Rabello está propondo extinguir esses tributos e substituí-los por um único, a recair sobre o lucro das empresas, ou seja, faturamento menos custo operacional.

Mais ainda: no que se refere à tecnologia, Rabello acha que desonerar a produção de equipamentos e serviços (especialmente telecom) é a melhor maneira de estimular a expansão do setor; claro, incentivando também a concorrência. Com isso, as empresas (de todos os setores) gastariam menos e a economia cresceria mais rápido. Tudo isso é tão simples, não? Precisa ser economista para saber?

Quem quiser assistir à entrevista em vídeo, é só acessar o Convergência Digital.

 

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