Confesso que sempre fiquei com um pé atrás ao ouvir essa conversa de nuvem. Sem dúvida, há um lobby na indústria tentando vender a ideia de que você pode manter todos os seus arquivos em algum lugar distante (a tal “cloud”) e acessá-los apenas quando necessário. Com isso, economizaria memória de seu computador e não precisaria se preocupar com backup, proteção dos dados armazenados etc. Muitas empresas já estão embarcando nessa corrente, na crença de que irão economizar milhões…

De fato, pensando apenas no dinheiro (e infelizmente é o que muitos fazem), parece ser vantajoso. Mas fico imaginando a situação real: você um belo dia precisa de um arquivo salvo meses atrás e quando tenta acessá-lo a rede cai, ou trava. De que irá adiantar xingar o provedor ou, no caso de uma empresa, o web manager? Mais complicado ainda é saber que você está entregando seus dados para um ente – ou entidade – distante, que provavelmente nem sabe quem você é! O que será que podem fazer com essas informações? Estranho, não?

Essas são algumas das críticas que tenho lido a respeito da computação em nuvem. Mas hoje é preciso dizer que os adeptos da corrente ganharam um aliado de peso. Foi o próprio Steve Jobs, em pessoa (foto acima), quem anunciou a entrada da Apple nesse negócio, com a plataforma iCloud. Segundo ele, agora PCs, Macs, tablets e smartphones passam a ser todos “meros dispositivos”, e o usuário pode usar qualquer um deles, onde estiver e quando achar conveniente, para acessar seus conteúdos na nuvem, promovida ao status de “centro da sua vida digital”. Os conteúdos, segundo ele, poderão ser compartilhados por até nove aparelhos diferentes, desde que todos tenham baixado o software iCloud. Jobs garantiu que tudo isso será gratuito e poderá ser usado através de qualquer rede WiFi.

Palavras bonitas, sem dúvida. O único problema, pelo menos para nós, brasileiros, é que, assim como o iTunes, o novo serviço não deverá estar disponível aqui tão cedo. E, sinceramente, quando estiver teremos que ver com que velocidade nossas redes conseguirão acessá-lo. Hoje, eu não me arriscaria a navegar nessa nuvem.

4 thoughts on “Apple também cai na nuvem

  1. Estão vendendo muito rápido estas “facilidades” nas nuvens, tem algo de estranho aí, quem sabe o que conversaram com o Obama, naquela reunião de tempos atrás?

    Evidentemente que, com todas as principais empresas encaminhando o “rebanho” para as nuvens, ficará muito mais fácil o controle governamental na nova era da internet.

    Entregaremos todos os nossos dados de mão beijada, não sei, mas um controle à nível mundial irá tirar o que todos prezam: LIBERDADE.

    Entraremos em uma DITADURA CIBERNÉTICA?

    Espero que não.

  2. Pois é Orlando. Faz um tempo que comento com os amigos que para a Computação em Nuvem me conquistar basta garantir 2 coisas: acessibilidade e segurança. Mas como a primeira não está relacionado com a prestadora do serviço…
    Lembrando que computação em nuvem não diz respeito apenas à armazenamento (que é um tipo de IaaS): http://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o_em_nuvem

  3. Orlando,

    Assisti ao keynote e depois, navegando por ai, cheguei a conclusão que o serviço se utiliza da “nuvem” mais com um hub de sincronização que para acessar o conteúdo. Dessa forma a coisa fica bem mais confiável e acessível em caso de falha na conexão.

    Fiz a inscrição no programa developer da Apple e esta semana vou instalar o iOS 5 beta nos iGadgets que tenho (iPhone, iPod, iPad) e brincar com os novos recursos.

    Abs

    Julio Cohen

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