Com todas as notícias ruins que têm vindo do Japão, é interessante saber que pelo menos algumas empresas não estão paradas esperando que a crise vá embora. O esforço por lá é heróico, mesmo com os anúncios de demissões e fechamento de fábricas. Exatamente por isso, me chamou atenção uma reportagem publicada no site americano CE Pro, que é dedicado a profissionais de projetos e instalação. Com riqueza de detalhes, o texto e as fotos documentam o que está sendo chamado SST (Sustainable Smart Town), na cidade de Fujisawa, próxima a Tóquio. Trata-se de uma iniciativa de nove empresas, entre elas a Panasonic, com o objetivo de construir uma cidade para aproximadamente 3.000 pessoas morarem e/ou trabalharem.
Como o nome já diz, não será uma cidade comum. Aproveitaram o terreno onde antes havia uma fábrica da Panasonic (desativada) e estão erguendo ali casas e prédios sob a filosofia do “sustentável”. Vejam algumas características do local (a maquete aparece acima):
*Todas as construções terão painéis solares e modernas baterias de uso doméstico;
*Todas terão espaço extra (o que no Japão é raro) para abrigar dispositivos de armazenamento de energia;
*Cada casa ou edifício terá uma garagem equipada (foto abaixo) com carregador elétrico para alimentar os automóveis, que não poderão usar combustíveis fósseis;
*Uma central de controle irá conectar todas as casas e manter os habitantes informados sobre o consumo de energia e cuidados ambientais;
*Casas e escritórios serão equipados também com displays para gerenciar o uso inteligente de água, luz e ar-condicionado;
*Na praça central da “cidade”, um grande display será instalado para fornecer a todos, em tempo real, dados de energia e sustentabilidade da SST.
“Depois do grande terremoto de março, aumentou a preocupação em produzir e conservar energia limpa”, diz um comunicado da empresa (vejam aqui outras imagens). O cronograma prevê inauguração em março de 2014 e ocupação total em 2018, a tempo dos festejos de 100 anos de fundação da Matsushita Electric Co. (hoje Panasonic). Enquanto as autoridades japonesas decidem se vão ou não desativar as usinas nucleares, como já fez a Alemanha, a população vai poder pelo menos experimentar como é viver numa cidade assim – a cidade dos sonhos.