Samuel Possebon, o jornalista brasileiro que mais entende do mercado de televisão, revelou em primeira mão, no site Tela Viva, o acordo da Sky com a Telebrás para entrar no setor de banda larga em Brasilia. A operadora irá usar as frequências de MMDS da antiga TV Filme, na faixa de 2,5GHz, explorando a rede da estatal, hoje praticamente ociosa. Será a primeira iniciativa da empresa fora da TV por assinatura. O plano inclui mais à frente outras capitais (BH, Vitória, Goiânia) e também regiões importantes do interior de São Paulo, como o extremo oeste (Presidente Prudente) e o centro do estado (Bauru). Segundo o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, a operadora irá usar o padrão TD-LTE (Time Division-Long Term Evolution), concorrente do WiMax, que acaba de ser adotado pela China. Esse é o padrão que está servindo de base à implantação das redes 4G nos EUA e em alguns países europeus.

Falta ver ainda o que tem a dizer sobre a isso a Anatel, com quem a Sky vem brigando publicamente nos últimos tempos. A Agência segurou o quanto pôde a liberação das frequências de MMDS, que ficaram vagas na TV paga com o crescimento do satélite e do cabo, mais confiáveis. Com isso, a Sky sentiu-se prejudicada por haver comprado antecipadamente pequenas operadoras de MMDS. Pressionada pelas teles, a Anatel queria (e ainda quer) reservar esse espectro para a telefonia celular, que está praticamente saturada. Acabou virando mais um imbroglio político.

A meu ver, a Anatel faria melhor ao país se apressasse a regulamentação e os leilões de 4G. No ritmo atual, só teremos essa tecnologia no Brasil daqui a dois anos.

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