Como já está se tornando habitual, temos que nos solidarizar com os amigos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que mais uma vez sofrem com o drama das enchentes. As imagens de destruição e desespero se repetem, como nos anos anteriores. Igualmente repetitivas são as declarações de prefeitos, governadores e políticos em geral, liberando “verbas urgentes” para as vítimas – verbas que, como sabemos, nunca chegam a quem delas precisa. É simplesmente inacreditável a notícia de que 90% do dinheiro destinado a prevenir esse tipo de tragédia em 2011 foi destinado a um único estado (Pernambuco), que nem está entre os mais afetados. Pior ainda: o mesmo repasse descabido se repete em 2012, segundo diz hoje O Globo, apenas porque o ministro (ir)responsável é pernambucano e sonha candidatar-se a prefeito de Recife.

Notícias como essas já nem chamam mais a atenção, de tão usuais. Os sobreviventes da calamidade na Serra Fluminense no ano passado sabem bem do que estou falando. A propósito: será que votaram em Sergio Cabral na última eleição? E os mineiros da alagada Zona da Mata, será que deram seus votos a Aecio Neves após oito anos no governo? Quantos edifícios históricos em Ouro Preto terão que ruir sob as águas para que os cidadãos reajam?

Pode não parecer, mas também é assim que se constroi a democracia.

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