Muita gente está torcendo para a Copa de 2014 ser um fracasso, ou mesmo ser cancelada. É típico do maniqueísmo em que o Brasil mergulhou nos últimos dez anos. Quem é petista defende tudo o que faz o governo federal e critica tudo no PSDB, e vice-versa. Nem o fato de que nesse tipo de disputa nunca há anjos demove as pessoas de espalharem mentiras (para isso, hoje, basta dar um retweet ou um curtir), ou apoiar campanhas contra isso ou aquilo, apenas com base em 140 caracteres – ou até menos.

Alguém já deu uma olhada, por exemplo, no site Portal 2014? Vale a pena. Quem quiser saber o que está acontecendo nos bastidores da Copa vai encontrar ali material farto. Foi onde li hoje um artigo sob o título “É preciso deixar de pensar no modelo analógico e partir para o digital”, assinado por Cezar Taurion, executivo da IBM. Seu raciocínio é que as cidades brasileiras foram pensadas para um mundo analógico, que hoje não faz mais sentido. E, já que é preciso refazer boa parte da infraestrutura do país, por que não se pensar em termos digitais? Isso incluiria não apenas os serviços de telecomunicações, que naturalmente já estão sendo digitalizados, mas todo o processo de gestão administrativa e a integração dos vários segmentos envolvidos.

Será que é tão complicado? Claro que não. O problema – além da ganância e da corrupção – é que a qualquer momento pode aparecer alguém chamando o sr. Taurion de representante do capitalismo selvagem, ou algo do gênero. É bem capaz.

 

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