O novo serviço da Sky é bem parecido com o já oferecido por empresas como Netflix e NetMovies. Diferenças, se é que existem (vamos saber nas próximas semanas), estão na quantidade de títulos oferecidos. O Sky Online não terá muitos, segundo o próprio presidente da operadora, Luiz Eduardo Baptista. “Optamos pela qualidade, e não pela quantidade”, nos disse ele hoje de manhã, ao anunciar a estreia do serviço. Seu raciocínio a princípio parece lógico: embora seja grande a oferta de filmes no mercado (tanto em TV por assinatura quanto nos novos formatos, sob demanda), apenas alguns poucos títulos são de fato assistidos. “Nos fins de semana, todo mundo assiste a mesma coisa”, diz ‘Bap’, como é chamado no mercado.

Depois de pesquisar e analisar a fundo os hábitos de seus assinantes, calculados pela Anatel em cerca de 3,8 milhões ao final do ano passado (Bap prefere dizer que são 13,5 milhões de telespectadores, considerando a média por domicílio do IBGE), a Sky montou sua estratégia baseada não no televisor, como seria de se esperar, mas no computador. Seus assinantes podem agora comprar e alugar filmes e séries simplesmente conectando-se à internet e digitando seu CPF. “Com dois cliques, a pessoa já está assistindo ao filme”, garante Bap, explicando que sua maior preocupação foi com a facilidade de acesso, mais até do que com a quantidade de títulos oferecidos.

Quando alguém perguntou por que não oferecer a mesma comodidade na tela do TV, sua resposta foi pronta: o usuário, se quiser, pode ligar o computador ao TV (na verdade, com um TV do tipo Smart nem é preciso computador). A vantagem, diz ele, é que a internet – dependendo da conexão disponível – permite até assistir a um conteúdo numa tela e a outro em tela diferente, o que o próprio usuário define, de acordo com sua conveniência. “Não somos ainda uma TV Everywhere, mas estamos nesse caminho”, disse Bap, referindo-se ao conceito que está se disseminando em alguns países, de que o conteúdo original da televisão pode ser transportado para outras telas. “Logo teremos o Sky Online no iPad, depois nos outros tablets, e assim por diante. Estamos apenas dando o primeiro passo”.

Essa, segundo ele, é uma das principais diferenças em relação a concorrentes como o Now, da Net, que só pode ser assistido no próprio decoder da operadora. Resta saber se o público irá concordar.

De qualquer modo, a conversa com Bap rendeu ótimas frases e comentários maliciosos sobre concorrentes, programadoras, membros do governo… Amanhã, conto mais.

4 thoughts on “Os planos da Sky

  1. A primeira e mais óbvia falha do texto é colocar o serviço de LOCAÇÃO e VENDA da Sky como concorrente da Netmovies e Netflix. Não há nenhuma relação entre o serviço da Sky e as outras duas empresas que oferecem não locação, mas um catálogo online por um preço bem baixo. Locar dois ou três filmes da Sky ultrapassa o que se paga por um mês de Netflix pra assistir a quantos títulos desejar.

    O serviço novo da sky poderá competir com Saraiva digital e Terra Vídeo Locadora, ambas, locadoras online e que sofrem do mesmo mal da Sky: poucos títulos (além do preço nada convidativo).

    Pra mim Sky Online, Terra, Saraiva e o Now da Net são serviços que complementam a Netflix. Quer um filme ou série de catálogo? Netflix! Quer pagar caro por um lançamento? Uma das outras opções.

    Será que a Sky realmente acredita que não estar disponível diretamente no decoder não é um problema? Arrastar o PC pra perto da TV? Por favor… mesmo quando se fala de Smart TV é preciso lembrar que elas não lidam muito bem com sites que tem vídeo. não havendo um app específico, sem chance de assistir qualquer coisa no browser da TV. No browser da minha LG não roda Crackle (ainda em beta no Brasil), nem Muu, pra citar dois.

  2. Olá Fernando, só para esclarecer: o Sky Online também oferece a possibilidade de assinatura mensal, no valor de R$ 14,90, com acesso a todos os títulos oferecidos. Abs. Orlando

  3. Tem razão Orlando, eu lí isso em outro site. A questão é saber se vai ser como o plano de assinatura da Terra vídeo locadora, no caso deles é mais caro que o Netflix e tem bem pouco conteúdo. É mais uma forma de tentar enganar o consumidor com a idéia de que é o mesmo, mas, de fato, está muito longe do que o concorrente oferece.
    Não acredito que a Netflix deva se preocupar com este serviço da Sky ou do Terra, eles precisam apenas continuar a ampliar o catálogo e a fazer os devidos ajustes nos arquivos que apresentam problemas.
    Outro ponto que poderia ser citado é que o Now da Net não usa a Internet do assinante, o decoder tem seu próprio modem e sua própria conexão não interferindo com sua Internet. Por outro lado, ainda que ofereça conteúdo HD, é o mais caro para locar lançamentos. Aqui acho que vale a pesquisa e não podemos esquecer da iTunes que também tem preços atraentes, mas peca pela falta de praticidade para quem não tem uma Apple TV. Estar disponível diretamente na tv do consumidor é imprescindível para ter sucesso nesse mercado.

  4. Sei que a entrevista já faz um tempo que foi publicada aqui, mas acho importante enfatizar um aspecto. Quando se diz que por R$14,90 podemos assinar todo o conteúdo da Skyonline não é bem verdade. O que acontece de fato é que por esse valor temos apenas disponível o acervo da seção que a Sky chama de “clube”. Os títulos mais novos, que aparecem na tela inicial do site, não estão disponíveis por lá. Sou assinante do Netflix, assim como tabém da Sky convencional, e o que me motivou a fazer a assinatura da Skyonline foi justamente pensar que teria títulos mais novos à minha disposição, o que de fato não acontece.
    Por isso recomendo a quem pensar em assinar a Skyonline dar uma passadinha na seção CLUBE do site e olhar os títulos que realmente estão à disposição e não achando que os lançamentos também estarão. E diga-se de passagem, não entendi quando o sr. Luiz Eduardo fala que primaram pela qualidade, já que deveriam primar também pela atualidade, que é onde acho que sites desse tipo pecam no Brasil. A Netflix americana, por exemplo, possue um catálogo totalmente atualizado em relação ao brasileiro. Estive recentemente por lá e com minha conta tive acesso a filmes bem recentes. Pena que no Brasil, por mais que muitas vezes paguemos até mais pelos serviços, sempre ficamos pra trás, de uma forma ou de outra.

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