“A melhor maneira de um argentino comprar um iPhone é pegar o primeiro voo para Miami”, diz o presidente da maior operadora do país, Franco Bertone. A política comercial do governo argentino está sendo motivo de chacota até em jornais sérios como The Wall Street Journal, que faz piada com a proibição de importar os aparelhos da Apple.

Diz o texto que é comum ver pessoas ricas e também figurões do governo de Cristina Kirchner portando alegremente seus iPhones, mas que isso não é permitido ao cidadão comum. É uma pena, segundo o jornal, porque os argentinos são fanáticos por celulares. Bem mais que os brasileiros. Enquanto aqui a média é de 104 aparelhos para cada 100 habitantes, lá é de 142! (Só para não perder a deixa: no Japão, essa média é de 95 aparelhos, enquanto nos EUA é de 90.) Pois bem, a Apple vendeu cerca de 3 mil iPhones no país vizinho, até que o governo decidiu proibir as importações – e com isso, é claro, criou um enorme mercado negro para o produto.

É a “política comercial” de Kirchner, que também proíbe a entrada de carros BMW, bonecas Barbie, queijo francês e até uísque escocês. Lembra o Brasil de 25 anos atrás, quando só quem viajava ao Exterior tinha o privilégio de comprar certos produtos (como os funcionários do governo, é claro). A desculpa é a mesma: prestigiar a indústria nacional. Pior é que muitos acreditam nessa lorota, tanto que dona Cristina é campeã de popularidade.

Para os brasileiros, o consolo é pensar que a Argentina de hoje é o Brasil de ontem. Ainda bem que não é o oposto.

 

1 thought on “Los hermanos sem iPhone

  1. Orlando, o Paquistao de hoje é o Brasil amanha! Quem viver verá…

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