Comentei ontem aqui sobre a parceria entre Samsung e Blockbuster, e vejam duas notícias de hoje: a Comcast, maior operadora de TV por assinatura dos EUA, está lançando um serviço de video streaming para aparelhos portáteis, incluindo smartphones Android e o videogame Xbox 360, da Microsoft; e a DirecTV, dona da Sky, prepara um serviço semelhante para os próximos meses. Todas tentam roubar um pedaço do mercado ocupado pela Netflix.

O que isso tudo significa? Que a TV por assinatura nunca mais será a mesma. As operadoras descobriram que não podem assistir passivamente ao crescimento da internet. Aqui, é bom separar bem o que é o mercado americano e o que é o brasileiro. Na semana passada, comentamos sobre o Sky Online, novo serviço da Sky brasileira que oferece filmes e séries de TV para venda ou locação pela internet (basta ser assinante). A Net já faz o mesmo, com seu serviço Now, só que em vez de usar uma conexão de banda larga o assinante utiliza a própria rede da operadora (o que sai mais barato). Telefônica e GVT seguirão essa tendência, restando apenas saber quando.

No Brasil, as operadoras têm – como dizia minha avó – a faca e o queijo na mão para dominar os dois segmentos: a TV paga convencional e a TV via internet. Nos EUA, a coisa é um pouco mais complicada. Com redes de banda larga mais confiáveis, os americanos estão descobrindo que não vale a pena pagar uma mensalidade de cabo ou satélite, quando é possível acessar os mesmos conteúdos pela web. Lá, o governo teve o bom senso de separar os dois serviços na legislação: quem opera com TV paga não pode ser provedor, e vice-versa, embora tenham ficado abertas as portas para possíveis parcerias.

Resultado: Comcast, Dish, DirecTV, Time Warner, Charter e Cablevision, as grandes do pay-TV nos EUA, estão perdendo assinantes continuamente (só a Comcast perdeu 460 mil deles em 2011), e nada faz supor que esse processo irá parar tão cedo. É o fenômeno chamado cutting-cord (literalmente, “cortar o fio”), bem explicado neste artigo. A maioria desses usuários está se tornando viciada em Netflix, Hulu, iTunes e outros serviços, estimulada pelas promoções das teles na banda larga 3G e agora também 4G. Como lá todas as grandes operadoras têm ações na bolsa, já começaram as apostas: qual delas será a primeira a tombar?

3 thoughts on “Assim caminha a TV paga

  1. Eu sinto muita dificuldade em assinar um serviço de locação on line. Acontece que a maioria, se não todas as operadoras, só transmitem o sinal através do computador. Eu só assisto a filmes ou qualquer outra programação através da TV, porque gastei muito dinheiro pra montar meu home theater. Por exemplo, eu que tenho TV SONY e quero assinar a NETFLIX. Minha opção é, assistir pelo computador ou fazer conexão através de um cabo HDMI com um notebook pra poder assistir através da TV.
    Já assinei a NETMOVIE e cancelei no mesmo mês, porque os filmes disponibilizados no site eu não podia assistir pela TV.
    Acho que as operadoras tem que mudar a forma do assinante assistir a programação on line, disponibilizando também através das tvs smarts, onde é o centro de diversão de toda a família.

  2. Infelizmente, Edson, é assim mesmo.
    Eu tenho um TV LG e assim tenho os apps para Netflix, Netmovies, Saraiva Digital e Terra Vídeo store direto na TV. Netflix uso direto, Netmovies testei e achei uma bomba (ainda bem que tinha 30 dias grátis), os outros dois ainda não experimentei. Acho que a sua solução é acrescentar um aparelho que dê acesso à estes serviços como um Bluray ou algo do tipo Apple TV. Ver no PC é ridículo mesmo, lugar pra vídeo é no sofá da sala, numa TV grande.

  3. Fernando, acho que a única solução para esses casos é comprar um MEDIA CENTER.
    E é isso que vou fazer. Já estou pesquisando preços e modelos.
    Obrigado por compartilhar meu comentário.

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