Francisco Valim, um dos homens que mais entendem de TV por assinatura no Brasil (já dirigiu empresas como Net, Telemar e RBS), assumiu a presidência da Oi, em agosto do ano passado, com a missão de tirar a empresa de um quase atoleiro. Parece estar conseguindo. Nesta terça-feira, ele anunciou no Rio um plano de investimentos de R$ 24 bilhões até 2015, avalizado pelos acionistas, sendo os principais a Portugal Telecom, o BNDES e alguns fundos de pensão. Nesta quinta, na Bolsa de Nova York, a operadora apresenta o plano a investidores internacionais, na esperança de captar todo o dinheiro necessário.

Seu principal argumento, é claro, será a notável expansão do mercado brasileiro de TV por assinatura, que atualmente não tem paralelo no mundo. João Rezende, presidente da Anatel, diz que o número de assinantes deve dobrar nos próximos cinco anos. Já passamos da casa dos 13 milhões, e com a entrada mais forte das teles não há como o segmento deixar de crescer na casa de 20% a 30% ao ano. A Oi, que herdou a enorme rede cabeada da Brasil Telecom (mais de 115 mil quilômetros, segundo o site Convergência Digital), continua liderando o serviço de banda larga fixa, com 29,7% de market-share, apesar do crescimento continuado da Net (hoje com 25,8%) e principalmente da GVT (que passou de 7,9% em 2010 para 10,1% em 2011) – dados da consultoria Teleco.

Ou seja, se a Oi souber trabalhar essa rede e principalmente sua marca – que ainda é campeã em reclamações no Procon – pode morder uma boa fatia desse crescimento. Uma das estratégias escolhidas por Valim é explorar mais os serviços corporativos, sem medo do tal “tsunami de dados” identificado outro dia pela presidente Dilma Roussef. Outra é sair na frente da concorrência com o IPTV. Rio de Janeiro e Belo Horizonte devem ser as primeiras praças, no segundo semestre, com o serviço sendo oferecido de início ao público de renda mais alta (ainda não foram definidos preços). Mas o plano da Oi parece consistente: integrar a programação de TV a tablets e smartphones, instalando definitivamente a convergência no mercado brasileiro. O assinante teria acesso aos mesmos conteúdos em qualquer tela, dentro e fora de casa, algo que mesmo na Europa e nos EUA ainda é para poucos.

Segundo Pedro Ripper, ex-diretor da Anatel e hoje responsável pela área de Novos Negócios da Oi, será oferecida velocidade de 200 Megabits por segundo (a Net hoje chega a no máximo 100Mbps), e para isso a capacidade de sua rede de fibra óptica está sendo duplicada. No evento do Rio, Ripper e Valim insistiram em mostrar que a operadora está totalmente preparada para esse desafio: já fechou acordos com a Cisco (que fornecerá os conversores) e com a Microsoft (software). “Vamos oferecer TV Everywhere desde o primeiro momento”, disse Valim ao site Tela Viva, prometendo partir agora para as negociações com os fornecedores de conteúdo.

2 thoughts on “Oi quer ser a primeira em IPTV

  1. Concorrência é sempre bom, mas a Oi vai ter que trabalhar muito para vencer a inércia negativa causada pelo serviço ruim e principalmente o péssimo atendimento. Quem já ligou pro suporte da Oi para resolver algum problema sabe bem do que estou falando.

    Já fui assinante da Internet da Oi há muitos anos. Foi tão ruim a experiência que vão precisar de muita coisa pra me convencer a tentar outra vez.

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