Nesta quinta-feira, a imprensa internacional repercutiu a decisão da Justiça suíça, que liberou os nomes dos dois principais envolvidos no esquema de corrupção da FIFA, denunciado anos atrás por jornalistas ingleses. São eles, claro, João Havelange e seu genro Ricardo Teixeira. Todo mundo sabia, mas até agora não existiam provas formais. Finalmente, os juízes suíços entenderam que, mesmo sem poder punir os salafrários, pelo menos a sociedade (no caso, a brasileira) tem o direito de saber seus nomes.

O que mais me chamou a atenção no episódio foi a argumentação dos advogados que defenderam a FIFA. Eles escreveram, e assinaram embaixo, que de nada adianta a entidade tentar – como seria razoável – obter a devolução do dinheiro que os dois pilantras arrecadaram ilegalmente, via suborno explícito. Alegaram que “pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população da América do Sul e da África”.

Se o governo brasileiro não estivesse envolvido até o pescoço nas tramoias da FIFA, seria o caso de processar a entidade, no mínimo, por ofensa ao povo brasileiro. Ou você, que é assalariado, se sente confortável com a acusação de que recebe suborno?

Se não é esse o seu caso, o site da ESPN conta a história em detalhes.

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