Apenas uma pequena amostra de como é tratado o consumidor num país onde o governo respeita seus cidadãos: a FCC, equivalente americana da Anatel, divulgou semana passada seu mais recente relatório sobre as velocidades de banda larga oferecidas pelas operadoras. Os dados são abertos e podem ser consultados a qualquer momento pelos usuários (vejam aqui). A conclusão é que o serviço melhorou, na média, em relação ao ano passado, assim como vem melhorando nos últimos anos. O quadro abaixo mostra os percentuais cumpridos pelas 13 empresas que atuam no setor, comparados àquilo que divulgam, ou seja, quanto cada uma delas de fato entrega de velocidade, proporcionalmente ao que foi prometido na assinatura do contrato.

Notem que determinadas operadoras superaram a velocidade prometida, caso em que, na tabela seu número é maior do que 100%. Segundo a FCC, a medição é feita principalmente no horário de pico: dias úteis, das 19 às 23hs. A tabela tira uma média entre as velocidades de upload e download. Neste último caso, a Agência diz que o percentual mais baixo foi de 77% da velocidade anunciada (no ano passado, havia sido 54%).

Claro, é impossível comparar as realidades americana e brasileira, ainda mais num serviço de tecnologia. Mas a lição pode perfeitamente ser aprendida. Três fatores principais estão por trás dos resultados: a introdução da fibra óptica nas redes, que vem sendo estimulada pelo governo; o aumento da fiscalização, desde o primeiro dia do governo Obama; e, mais do que tudo, o estímulo à concorrência. Não é por acaso que lá eles têm 13 operadoras brigando pela preferência do usuário, enquanto aqui há locais em que uma única empresa é responsável pelo atendimento a milhões de pessoas.

Isso tudo num país que está em crise econômica! Nós aqui, que somos ricos, não precisamos nos preocupar com essas coisas…

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