Não estive em todas as 20 edições da ABTA, feira e congresso sobre TV por assinatura. Mas me arrisco a dizer que a edição 2012, que se encerra hoje em São Paulo, é a melhor de todos os tempos. A maior, com certeza, considerando os últimos anos, em que o setor cresce acima de todas as previsões. Num mundo em crise quase permanente (e o Brasil não está fora disso), não é qualquer setor que pode ostentar um crescimento continuado de 30% ao ano.

Mas a ABTA 2012 está mostrando muito mais do que números. Foi interessante ver o entusiasmo e o dinamismo dos profissionais presentes, muitos deles jovens empreendedores do interior do país, que agora estão entrando no mercado ou começando a enxergar seu enorme potencial. Conversei com alguns e pude perceber sua ânsia para entender e quem sabe adotar as novas tecnologias disponíveis; mais do que isso, aprender a se posicionar como prestadores de serviço, o que talvez seja a base de tudo. Definitivamente, fecharam-se as portas para aventureiros, ainda que sejam investidores com muito dinheiro. O avanço tecnológico, entre outras virtudes, tem essa: exigir o máximo profissionalismo de todos.

Bem, mas nem tudo são rosas. Conversando nos bastidores com executivos de operadoras e programadoras, percebe-se a insegurança gerada pelo que se convencionou chamar de “novo marco regulatório”. Ouvi por puro acaso um pedaço de conversa entre representantes da Ancine em tom ameaçador: “Isso, nós não vamos permitir”. Lembrei na hora do velho “você sabe com quem está falando?” Embora o presidente da Agência, Manoel Rangel, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, tenham feito discursos diplomáticos (políticos sempre sabem dizer aquilo que a plateia quer ouvir…), o fato é que os agentes do mercado estão tendo de literalmente engolir as novas regras, como se fossem todos bandidos!

Um empresário do setor, com quem encontrei nos corredores, sintetizou bem a situação: “Está todo mundo calado, pois se abrir a boca pode complicar a vida de sua empresa.” Não é esse o ambiente ideal para se fazer negócio!!! Paira no ar um cheiro forte de corrupção. Quando viram que TV por assinatura é um grande negócio, deram um jeito de tomar conta. Daí para virar um grande balcão para troca de favores e tráfico de influências, a distância é curtíssima.

1 thought on “Para onde vai a TV por assinatura

  1. Ai cabe um velho ditado: Ladrao que rouba ladrao tem 100 anos de perdao….
    Apesar do crescimento ano apos ano, essas operadoras nao pensam em aliviar para os clientes….A sede de lucro é cada vez maior……Agora vao fazer o favor de liberar a gravacao em hd, mas logico, cobrando a mensalidade e deixando vc se virar com a estrutura…..

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