Infelizmente, não pude estar presente ao Congresso da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), na semana passada. Mas, pelo que soube, as atividades foram muitas. A TV Globo promoveu uma série de debates sobre novas tecnologias, incluindo as perspectivas em relação à TV móvel, TV 4K, interatividade e TV 3D – o cito aqui pela ordem em que cada uma deve ser implantada, de acordo com as condições atuais.

“TV móvel”, claro, é um conceito muito amplo, que envolve as várias formas de distribuição do conteúdo produzido para televisão. Além das duas mais conhecidas hoje (TV aberta e fechada), estamos começando a experimentar o acesso móvel, via celular, tablet, notebook, automóvel etc. Quando digo “começando”, refiro-me à popularização desses serviços, que ainda são privilégio de uma elite que pode adquirir os equipamentos receptores. Sem falar na tão comentada “segunda tela” – o hábito de assistir aos programas de TV não apenas no aparelho convencional, mas num segundo (ou até terceiro), como muita gente já está fazendo; e mais: enquanto assiste ao programa, boa parte dos telespectadores estão conectados à internet, seja para interagir com seus amigos (via redes sociais), seja para procurar informações sobre o conteúdo que está assistindo. Tudo isso muda a relação entre TV e usuário, e é sobre esse fenômeno que as emissoras – Globo à frente – estão voltando suas atenções.

Quanto à TV 4K, há uma perspectiva clara de novidades nos próximos dois anos (leia-se: Copa de 2014), embora a possibilidade de termos transmissões de televisão nesse padrão ainda pareça distante. Ainda falaremos muito disso por aqui. Já a interatividade está dando sinais de comida que o estômago não digeriu. A maior parte das pessoas com quem converso demonstra pessimismo quanto a sua aplicação na TV tradicional (como já comentamos aqui) e também em relação ao comportamento dos usuários – que no fundo é o que importa. TV não é internet, e nisso a maioria está de acordo. Conteúdos interativos têm tudo a ver com a web, e aparentemente nada (ou muito pouco) com TV. Pelo menos, é o que pensa o mercado em geral.

E quem está curioso (ou ansioso) pela TV 3D deve baixar a bola. As dificuldades para sua implantação não são exclusivas do Brasil. Ainda há um longo caminho a percorrer.

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