Visitar um evento como a IFA é sempre uma viagem ao futuro, principalmente quando se sabe que boa parte daqueles produtos jamais chegará ao mundo real do mercado. Feiras servem, também, para isso mesmo: testar produtos no contato direto com os usuários. Mas, desta vez, o evento teve para mim um sabor de viagem também ao passado, quando encontrei, por puro acaso, um estande identificado como “Museu do Rádio e da Televisão”. Sem muito alarde, ali estavam expostos itens que pertencem à história da tecnologia: receptores de rádio e TV antigos, toca-discos de vinil, gravadores de rolo, caixas acústicas e até uma câmera de TV. Tudo com pelo menos 30 anos de idade, aparentemente. Somente marcas alemãs: Telefunken, Grundig, Studer, Braun e por aí afora. Fiz um vídeo no local (que pode ser visto aqui) e só lamentei não poder ficar mais tempo; afinal, tinha que correr para ver o futuro…

Como nada acontece por acaso, hoje de manhã fiz um programa que estava ensaiado há anos e nunca acontecia: visitar o Museu de Tecnologia de Berlim, este sim de verdade, com várias salas dedicadas não apenas a áudio e vídeo, mas a telefonia, transportes, artes gráficas, indústria, enfim, todos os ramos que, ao longo dos séculos, se beneficiaram dos avanços tecnológicos. O televisor da foto, por exemplo, está lá. É um modelo de 1941, um dos primeiros comercializados na Alemanha. Como se vê, traz um espelho para refletir as imagens da tela, pois os fabricantes da época não sabiam como manter o tubo de raios catódicos na horizontal (e a tela, portanto, na vertical).

Para quem não sabe, foram os alemães que inventaram a televisão. E, pelo que aprendi no Museu, faltou pouco para que a invenção chegasse a tempo de Hitler poder utilizá-la na guerra. Sua ideia era doutrinar crianças e jovens com essa “arma”. Felizmente, o ditador não viveu para ver que tinha razão: nada fascina tanto as crianças quanto uma tela de TV.

Quem quiser saber mais sobre o Museu, pode visitar o site oficial. E quem vier a Berlim deve, com certeza, incluí-lo em seu roteiro.

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