Parece que agora não há como escapar. Se for verdade o que o mundo online – inclusive sites respeitados, como o da revista New Scientist – estão divulgando, o caos está próximo. Ou, para ser mais exato, uma tecnologia identificada como NGI – Next Generation Identification. Se você pensou em alguma nova forma de vigilância, acertou. A partir das técnicas já conhecidas de reconhecimento facial, oficiais do FBI aperfeiçoaram um sistema de identificação eletrônica de criminosos usando como base apenas uma foto ou cena de um vídeo. O projeto, que tem financiamento do governo americano na casa de US$ 1 bilhão, conta com a participação da técnicos da Universidade Carnegie Mellon, e agora está sendo investigado por uma comissão do Senado.

Desde fevereiro, o FBI está montando um gigantesco banco de dados com imagens de criminosos, armazenadas em fichas contendo também análises de DNA, identificações de voz e até imagens escaneadas de íris. Ao investigar um suspeito, basta colocar no sistema sua imagem atual: em alguns segundos, os agentes podem checar se a pessoa já está na lista.

Até aí, nada muito diferente do que já se faz hoje. O problema começou quando um técnico envolvido no desenvolvimento disse à Comissão que a tecnologia pode ser usada para coisas bem menos dignificantes. Com uma única imagem eletrônica de um rosto, o sistema é capaz de encontrar a pessoa numa multidão de aproximadamente 1,6 milhão – a margem de acerto seria de 92%. As imagens armazenadas podem ser tratadas com programas de modelagem 3D, que permitem giros de até 70 graus, de tal forma que até uma imagem convencional 2D pode ser rastreada na multidão – o site do FBI dá mais detalhes sobre o funcionamento da coisa.

O perigo: o FBI pretendia (a esta altura não se sabe mais se continua com essa intenção) montar um banco de dados com imagens até de cidadãos comuns, para fins investigativos. Seria um Big Brother perfeito, dotado da mais moderna tecnologia. Um resumo dessa maluquice é descrito neste site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *