Nos primórdios da era home theater, ter em casa um TV de retroprojeção era símbolo de status. Lembro da primeira vez que vi um deles, de impressionantes 40 polegadas, quase sem acreditar naquelas imagens. Sim, era um Mitsubishi, marca que na época (início dos anos 1990) era distribuída no Brasil pela Evadin.

Antes que digam que isso é papo de velho, vou logo avisando que essa relíquia não existe mais. Nesta segunda-feira, a Mitsubishi – único fabricante que ainda insistia em produzi-la – anunciou que não mais o fará. Está suspendendo a fabricação dos três modelos que estão em linha, de 73, 82 e 92 polegadas, este último o maior do mundo atualmente. Num comunicado enviado a seus revendedores, a empresa japonesa – que, no entanto, mantém sua base produtiva na cidade de Irvine, Califórnia – informa que a decisão faz parte de uma grande reestruturação. Um diretor do grupo, ouvido pelo site CE Pro, confirmou que a intenção é se concentrar na produção de projetores e aparelhos de uso corporativo, como videowalls e displays de sinalização digital.

Os mais jovens nem devem imaginar, mas houve um tempo em que os TVs de projeção traseira (em inglês, RPTVs) tiveram grande sucesso. Segundo a consultoria especializada Quixel Research, em 2006 foram vendidos, somente nos EUA, cerca de 2,2 milhões de aparelhos; no ano passado, pouco mais de 200 mil, número que deve ser ainda menor este ano. O declínio começou com a popularização dos TVs LCD, especialmente quando estes aumentaram de tamanho. Hoje, não há termo de comparação entre os RPTVs e qualquer um dos LED-LCDs que estão no mercado, na mesma faixa de tamanho.

Mas o que derrotou mesmo os chamados retroprojetores foi a mudança de hábitos. Pesando mais de 100kg e consumindo um absurdo de energia, esses aparelhos caíram em desuso devido ao seu gabinete enorme, que precisa abrigar um projetor de verdade. Este envia a imagem por trás da tela (daí o nome rear-projection TV), com resultados nem sempre convincentes. Em 2008, a Mitsubishi acreditou que poderia salvar essa tecnologia utilizando projeção por laser. Mas a linha LaserVue (vejam este vídeo, da época do lançamento) foi um fracasso de vendas, não apenas pelo alto custo mas também por uma deficiência técnica até agora não corrigida: o superaquecimento.

Enfim, mais um item para o “museu” da tecnologia.

 

3 thoughts on “Adeus aos retroprojetores

  1. Tive dois desses,da Pioneer,o primeiro “gigante” de 46″ que logo depois troquei pelo de 50″onde se via com nitidez as linha de formação das imagens entrelaçadas.(naquela época não existiam imagens progressivas,ainda).

    Era uma aventura acertar a convergência dos canhões RGB,quase nunca ficava totalmente bom.

    Não tenho saudades desses aparelhos…

  2. se eu fosse o fabricante voltava a fabricar essa tv a laser com um preço bom,todo mundo compraria ,pois o povo nao quer tecnologia barata como tvs que quebram a tela sem reposiçao de peças,eles querem uma tv nao importa a espessura o povo quer assistir seus filmes seus programas numa tv que dure e quando der problema ter peças ter as peças. essa tv a laser pra mim e uma otima tv e so transformala para smart tv e ja era ,pois a tv foi feita pra assistir e nao pra fazer da tv um monte de lixo eletronico.

  3. Po, Osvaldo, fale apenas por voce… 🙂 … Eu é que nao quero um trambolho gigantesco, desajeitado e que se transforma na lareira da casa do tanto que o troço esquenta. Mas nem morto. Nem de graça eu quero isso.

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