afterlifeSe você é adepto das redes sociais, deve saber que sua vida está sendo o tempo todo espionada. Sua privacidade já era, a partir do momento em que você aceitou dar as primeiras tuitadas ou os primeiros curtir. E, se você não está nem aí para o que muitos consideram um crime contra a liberdade individual, saiba que aqueles mesmos seres, empresas ou entidades que fiscalizam suas ações na rede já pensaram em tudo. Tudo mesmo. Incluindo sua, como eles dizem, afterlife.

Sim, seu destino já está traçado até mesmo para quando você não estiver mais por aqui. Não se engane: sua senha continuará sendo valiosa na posteridade. Pelo menos, é o que garantem os responsáveis pela agência de propaganda Lean Mean Fighting Machine, de Londres. Eles inventaram um serviço chamado LivesOn para, vejam só, nos garantir a vida eterna. Não é nada complicado. Como tantos outros apps e plug-ins que rodam por aí, o software dessa turma analisa as mensagens que você coloca no Twitter (inclusive os retuítes) e no Facebook e gera um banco de dados com seus likes, assuntos preferidos, seu jeito de escrever etc. Se quiser, você – aproveite enquanto está vivo – pode colaborar indicando ao LivesOn o que gostaria de ver, se pudesse, postado na sua conta após o dia do seu juízo final. “Daqui a alguns anos, com os avanços da tecnologia, poderemos até imitar seu jeito de falar”, promete Dave Bedwood, executivo da agência e criador da engenhoca.

Bem, Bedwood garante que nada será feito sem o consentimento do maior interessado – você. Mas sabe-se lá…

Não inventei nada do que está escrito acima. É uma notícia (séria) publicada no blog da Yahoo americana, citando inclusive estudos realizados na Universidade Queen Mary, em Londres, no campo da inteligência artificial. Melhor não duvidar.

E, para ninguém pensar que trata-se de mais uma pilantragem digital (existem tantas, afinal), eis aqui outra nota que pesquei esta semana no site da rede de TV ABC: Peter Sullivan, deputado no estado de New Hampshire (EUA), apresentou projeto de lei para que o responsável pelo testamento de uma pessoa ganhe poderes para gerenciar também a sua (da pessoa) vida online. Aquele cidadão encarregado de zelar pelos bens físicos (terrenos, casas, ações etc.) teria acesso às contas de email e das redes sociais de quem não esteja mais aqui para tuitar, curtir e trá-lá-lá.

Mr. Sullivan diz que seu objetivo é proteger as famílias do falecido, em casos – cada vez mais comuns – de bullying e ameaças pela internet. E conta a história de uma garota do Canadá que cometeu suicídio após sofrer ataques no Facebook e sua família não tinha nem como encerrar a tal conta, recheada de barbaridades sobre a menina.

Como se pode ver, tem muita gente pensando no futuro digital de cada um de nós. Já podemos morrer tranquilos.

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