ray-dolbySidney Harman, Steve Jobs, Dan Engelbardt, Amar Bose… A lista de gênios da indústria eletrônica que estão indo embora aumentou nesta quinta-feira, com a morte de Ray Dolby. Um dos raros cientistas cujo sobrenome acabou se tornando sinônimo de excelência. Pense em nomes como Heinrich HERTZ, Camp GILLETTE, Enzo FERRARI, Michael DELL, Henry FORD, René DESCARTES, LOUIS BRAILLE… Pois é, em seu tempo e a sua maneira, Ray Dolby foi como esses inovadores, associando seu nome à própria atuação.

Nascido nos EUA (1933) e formado em Stanford, começou a se destacar na Ampex, onde contribuiu para desenvolver e tornar conhecida a fita magnética para registros de áudio (e depois de vídeo). Em 1957, decidiu retomar os estudos na Inglaterra, graduando-se em Física por Cambridge. Em 1965, fundou lá mesmo a Dolby Laboratories, que em 1976 transferiu para San Francisco, onde estaria em casa e mais perto de seus clientes potenciais (os estúdios de Hollywood). Dirigiu a empresa até 2009, quando se aposentou. Nesses quase 50 anos, registrou em seu nome nada menos do que 50 patentes, quase todas na área de áudio.

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Suas mais famosas realizações foram o sistema de redução de ruídos (Noise Reduction), criado a partir da popularização das fitas cassete; e a série de padrões de processamento digital iniciada em 1972 com o Dolby NR para cinema, depois aperfeiçoado para Dolby Stereo, Dolby Pro-Logic Surround, Dolby Digital etc. A empresa ganhou uma infinidade de prêmios por suas inovações. Mas Ray Dolby teve ainda o mérito de saber transformar essas e outras invenções numa mina de ouro, ao cobrar royalties dos estúdios de cinema e instalar amplificadores e processadores nas salas de cinema. Como os produtos domésticos de hoje, esses sistemas precisam ser periodicamente trocados (a receita é a mesma usada por THX, DTS, SAP, Oracle etc).

E, assim, a cada inovação a Dolby é devidamente recompensada. E a cada exibição de um filme – seja no cinema ou na casa de alguém – tem lá sua parte da receita. Coisa de gênio.

 

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