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Um player capaz de tocar todos os tipos de disco existentes, de áudio e de vídeo, e com memória de pelo menos 1 Terabyte, suficiente para armazenar o equivalente a 40 filmes de duas horas em alta definição; ou, se o usuário quiser, 10 filmes em Ultra-alta Definição. Sonho? Pode ser algo como este ao lado, colocado à venda em poucas lojas dos EUA em maio, ou talvez não seja tão feio… O assunto está sendo discutido a sério esta semana em Los Angeles, num evento que reúne o alto escalão dos estúdios de cinema, das emissoras de TV, operadoras de cabo e fabricantes de equipamentos.

Curioso é que, cerca de um mês atrás, comentamos aqui sobre a disposição da indústria de usar o evento para pressionar os produtores de conteúdo a fornecer mais filmes e séries em UHD. “Estou aqui para anunciar que já iniciamos as conversas”, discursou Mike Dunn, presidente  da Fox, escolhido para representar Hollywood. Segundo ele, a ideia é lançar em 2015 um aparelho que dê conta de toda a variedade de conteúdos hoje disponíveis, mais as novas produções para cinema e televisão que estão sendo rodadas em 4K.

O evento é a convenção anual da SMTPE (Society of Motion Picture and Television Engineers), principal órgão regulador internacional das normas para produção de eletrônicos, o que inclui filmes e vídeos. Está, digamos, um degrau acima da BDA (Blu-ray Disc Association), que só cuida deste formato, e da CEA (Consumer Electronics Association), que representa os fabricantes. O jornal Hollywood Reporter, cobrindo o encontro, relata que, embora todos concordem na padronização do UHD, está faltando um direcionamento até no modo de identificar o padrão. No final do ano passado, a CEA anunciou que estava “oficializando” essa sigla, mas há ainda quem prefira “4K”. Pior: na Europa, conteúdos e equipamentos 8K também são chamados UHD!

“Não basta dizer ao público que o UHD está chegando”, criticou Paul Gagnon, diretor da consultoria NPD DisplaySearch. “Precisamos de uma padronização de verdade. Não se pode esquecer que, ao contrário do HD, o UHD não é obrigatório, mas opcional. Temos de convencer as pessoas a adotá-lo.”

Quando o representante da Sony defendeu o uso de conteúdos convertidos, como os que a empresa já está comercializando em alguns países, não foi bem acolhido. “Os atuais softwares de upconversion não são eficientes”, diz Chris Chinnock, pesquisador da Insight Media. “Vamos precisar de outro tipo de maquiagem.”

Maquiagem? Como se vê, não está sendo nada diplomático o nível das discussões. Apenas para quem não está acompanhando a história, a Sony foi a primeira a lançar no mercado internacional um combo formado por TV e player UHD (mais detalhes aqui e aqui). Este contém dez filmes pré-gravados em sua memória, para que o usuário vá se acostumando às imagens em altíssima definição. Só que são conteúdos gravados originalmente em Full-HD e transferidos para a memória do player pelo processo de upconversion (também chamado upscaling). O resultado – como já constatamos em nossos testes – é bem inferior em nitidez, profundidade e clareza das cores, ainda mais quando observado num TV gigante.

Portanto, têm razão os dois consultores. É preciso que saia logo o tal player de 1 Terabyte e, junto com ele, uma boa quantidade de filmes em UHD (as transmissões de TV nesse formato ainda vão demorar). Se não, corre o risco de ser uma decepção.

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