Anunciada, mas até agora não cumprida. O título acima se refere a uma reportagem publicada recentemente no site da CNN (leiam aqui). Deve ser a enésima vez que algum “especialista” faz a profecia. Pesquisando para uma série de textos que iremos publicar na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL sobre esse assunto, concluí que a previsão está longe de se concretizar – se é que isso irá acontecer um dia. Mais parece aquela velha ladainha: o cinema vai acabar com o teatro, a televisão vai acabar com o cinema, a internet vai acabar com a televisão… apenas previsões.
De fato, o mercado de áudio de alto padrão sofreu uma queda considerável nos últimos dez anos, conforme o iPod e seus sucedâneos foram se tornando mais populares. Hoje, com os players portáteis incorporados aos celulares, diminuiu mais ainda o número de pessoas que procuram equipamentos de áudio modulares, especialmente amplificadores e processadores. Contribuiu também o crescimento dos sistemas de home theater, com receivers mais potentes e versáteis, que roubam mercado dos powers e prés. E quando se fala em receiver, pensa-se logo em áudio surround; o estéreo está incorporado, mas o hábito de ver filmes em 5.1 ou mais canais fatalmente leva o estéreo a um segundo plano.
Acontece que nada substitui a música de qualidade, bem gravada e reproduzida. E, por mais que a tecnologia evolua, a maioria dos especialistas concorda que música boa deve ser ouvida em dois canais. Trilhas de filmes não contam: quando se está vendo um filme, a atenção maior é para a imagem e os diálogos. Apreciar música é outra coisa. Ou seja, a tal “morte” do estéreo é apenas mais uma previsão, nada mais.
Concordo plenamente. Uma excelente gravação stereo deve ser apreciada apenas em dois canais. Eventualmente, em gravações menos esotéricas e músicas menos exigentes em termos de performance e finalidade, eu costumo mixar o stereo com o Dolby Prologic II music ou DTS Neo 6 music, para apreciar certos detalhes instrumentais que costumam ser mais destacados nesse tipo de audição, mas não sem antes ter ouvido o mesmo disco com som stereo para poder fazer uma comparação. Mas tenho firme convicção, por experiência própria, de que em equipamentos de altíssima qualidade técnica qualquer gravação de boa qualidade processada em stereo (principalmente em Vinyl de alta qualidade técnica) deve ser apreciada apenas em 2 canais para atingirmos o “Nirvana” do prazer auditivo e musical… Afinal de contas, em condições normais de audição ao vivo, nós ficamos postados na frente dos músicos, ou da orquestra, ou da banda de roque, e nunca no meio deles…
Nos anos 70 o Pink Floyd e algumas bandas progressivas apostaram bastante no áudio quadrifônico….que não pegou. Assim como todos os multicanais de áudio lutam pra sobreviver, dentro de seus nichos isolados… será que é porque, desde os primórdios, as pessoas assistem a bandas e orquestras de um ponto mirando um outro? Será que é por que apenas os próprios músicos conseguem ter uma sensação multicanal do que está se tocando, e nunca a plateia – ou seja, esse aproximar da realidade do ao vivo tenda, naturalmente para um stereo comum – e multicanalizar significa, ao contrário dos filmes, artificializar uma experiencia ao vivo?
Acho que o problema persistirá enquanto tivermos apenas 2 orelhas… 😉
Certa vez, comentei com um amigo que queria montar um sistema “QUADRIFÔNICO”. Ele me respondeu – Pra quê! você só tem dois ouvidos.
Quando se ouve música, seja de um show ao vivo, seja de uma gravação em estúdio, tudo é realizado em multicanal. Nunca gostei da idéia da já ultrapassadas gravações se resumirem em estéreo, pois a gravação mesmo sendo feita em estúdio, são realizadas em vários canais para depois serem misturadas em apenas dois canais que é o estéreo idolatrado pelos audiófilos, só isso é resumir e minimalizar o realismo e a vivacidade do que é ouvir a verdadeira música em sua multiplicidade de variações(instrumentos musicais e vocais) em seus vários canais reproduzindo cada etapa gravada como se estivesse uma banda ou orquestra em sua casa, pois o único que deveria fazer a mixagem final é os nosso ouvidos que foi feito para esse propósito e tem essa obrigação e não as gravações nos se resumirem a experiência irreal que é multicanal em estéreo.
Gosto muito de musica e assistir shows em multicanal,mais uma boa musica,bem gravada pede o velho e ótimo stereo. Comprei um receiver melhor,de marca renomada para assistir filmes e shows em multicanal,mais minhas musicas tem que ser em stereo com certeza