Conversando com técnicos da THX aqui em Las Vegas, surgiu um tema inevitável: a (má) qualidade do áudio que se ouve atualmente. Não por culpa dos aparelhos, é claro, mas pela falta de referência musical da maioria dos usuários. A empresa, além de seus vários programas de certificação e de treinamento, faz um trabalho pouco divulgado de consultoria a alguns fabricantes no desenvolvimento de produtos com melhor padrão (um deles é um amplificador compacto para mídias digitais, sobre o qual falaremos mais à frente).

Mas o assunto surgiu em função da grande quantidade de caixas acústicas compactas e fones de ouvido em exposição aqui na CES. Se, alguns anos atrás, a moda era produzir clones do iPod, parece que agora todo mundo decidiu reinventar a caixa acústica, colocando dentro dela um pequeno amplificador e passando a chamá-la de “sistema de áudio”. Para quem está acostumado a ouvir apenas iPod e congêneres, com fones comprados na esquina, o “upgrade” até que é razoável.

Só que as coisas mudam. Entidades como AES (Audio Engineering Society), WiSa (Wireless Speaker and Audio Association) e a própria CEA (Consumer Electronics Association), que organiza a CES, vêm divulgando pesquisas em que muitos usuários dizem já terem notado a diferença. Por isso, os fones de ouvido voltaram a ser bem vendidos, inclusive os de padrão high-end (dentro das devidas proporções de quantidade).

Essas pesquisas mostram, por exemplo, que os jovens até 25 anos – principais adeptos da música digital – são também aqueles que mais frequentam shows ao vivo. E é nessa hora que se pode perceber mais claramente as limitações de uma gravação mal feita, ou de uma reprodução abaixo da crítica. Como sabemos desde a infância, nada melhor para educar os ouvidos do que… isso mesmo: ouvir, ouvir muita música bem executada, bem gravada e bem reproduzida. Ao vivo, então, melhor ainda.

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