NHKAconteceu no dia 20 de janeiro, mas não foi muito divulgado. E só podia ser no Japão: a emissora estatal NHK realizou uma transmissão experimental de conteúdo gravado em 8K utilizando antenas UHF. O sinal foi captado perfeitamente e reproduzido num TV localizado a 27km de distância do laboratório mantido pela NHK na cidade de Hitoyoshi, região sul do país. Foi a primeira vez em que se conseguiu transmitir conteúdo tão sofisticado pelo ar usando meios terrestres; os testes anteriores haviam sido feitos via cabo ou satélite.

Não é pouca coisa. Já comentamos aqui sobre o padrão de televisão 8K, também chamado Super Hi-Vision. A resolução é de 7.680 x 4.320 pixels, equivalente a 16 vezes a atual Full-HD e quatro vezes a Ultra-HD (4K). Imaginem a quantidade de dados transportados, algo como 33 milhões de pixels. Segundo a NHK, à velocidade de 60 quadros por segundo (fps) e sem compressão, a taxa de transferência é de absurdos 24 Gigabits por segundo (Gbps). No caso, foi usado um software de compressão para fazer o sinal caber numa faixa de frequência aérea padrão, de 6MHz, além de métodos complementares de adequação do sinal de vídeo (multiplexação, polarização etc). As antenas de transmissão e recepção também não foram como as nossas UHF; são usados blocos de antenas para aumentar a potência. Mais detalhes podem ser encontrados, em inglês, neste link.

Só lembrando: imagens em 8K já foram captadas pela NHK no ano passado, em parceria com a TV Globo, durante o carnaval carioca. Na Olimpíada de Inverno, que começa esta semana em Sochi (Rússia), novos testes serão realizados, assim como na Copa do Mundo, em junho/julho. Os japoneses calculam que transmissões regulares com essa qualidade só acontecerão por volta de 2023.

2 thoughts on “A primeira transmissão em 8K

  1. A tecnologia é sempre surpreendente:quando chegou o Full-HD,pensei estarmos no auge da qualidade de imagem;chegou o 4K que achei maravilhoso;agora me vêm com o 8K…nem faço idéia como seja(rsrsrs).Difícil imaginar o que vem depois mas é certeza que vem…

  2. Uma vez, dirigindo, me perguntei se algum dia assistir TV, será como olhar um cenário real através de um vidro como o para-brisas. É um bom teste de Turing adaptado (no caso, não diferenciar uma coisa de outra).

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