Karbonn-Titanium-S4Começou nesta segunda-feira em Barcelona o WMC (World Mobile Congress), o equivalente no mundo dos celulares e tablets ao que é a CES para os eletrônicos em geral. E este ano, pelo que se lê, a novidade está na alta (altíssima) resolução das telas. Sim, como se esperava, a tecnologia Ultra-HD (4K) está chegando aos dispositivos portáteis.

Já vimos algumas demonstrações em eventos anteriores. A vantagem é que, com um smartphone, se pode agora captar vídeos em 4K para… bem, para quê mesmo? Fiz a pergunta a um demonstrador na última IFA, em setembro, e a resposta ficou no ar. Claro, é muito mais prático gravar um vídeo com o celular ou o tablet do que com uma câmera, e as diferenças de qualidade têm mais a ver com a habilidade do usuário (a primeira câmera 4K não profissional, lançada recentemente no mercado internacional pela Sony, pesa em torno de 800 gramas).

Mas, assim que se termina a gravação, começam os problemas. Como enviar pela internet um vídeo 4K de, digamos, dois minutos, que resulta num arquivo não inferior a 300 megabytes? Chegando em casa, pode-se assistir ao vídeo pela tela do TV, mas quanto tempo irá levar a transferência?

Era o que se perguntava, recentemente, um colunista do site Engadget. Muita gente deve estar fazendo planos de comprar um smartphone 4K, sem pensar nesses inconvenientes. Ou, quem sabe, achando que vai poder assistir a seus vídeos em UHD na própria telinha do celular ou do tablet. O ponto, aqui, é que a “resolução ultra-alta” existe justamente para telas grandes. Quando a tela tem menos de 40 polegadas, é impossível enxergar os pixels a uma distância normal (2m a 3m da tela), ainda que a imagem seja Full-HD como as que vemos em filmes Blu-ray. Nas 10 polegadas de um tablet, isso não faz a menor diferença; num celular de 4″ ou 5″, menos ainda, mesmo que você os coloque grudados ao nariz.

O cálculo que deve ser feito é o chamado ppi (pixels por polegada, em inglês). Os primeiros smartphones saíram com resolução de 800 x 480 pixels; a segunda geração veio com 960 x 540, passando depois para 720 e 1080p. Os novos da Samsung exibirão absurdos 2.560 x 1.440, a chamada resolução Quad (QHD). Vale a pena usar a calculadora:

Resolução (1.440) / altura da tela (5″) = ppi (282)

Se a tela tiver 10″, ppi cai para perto de 140. Notem que o iPhone com tela Retina, tão badalada, consegue exibir mais de 300 ppi, coisa de que nenhum ser humano necessita. O que dizer, então, de um portátil com display 4K? Um pouco de bom senso sempre é recomendável. Até porque esses pixels a mais acabam saindo bem caro.

3 thoughts on “Smartphone 4K: para quê?

  1. Muito sensata a sua explicação. A maioria das pessoas procura altas resoluções em smartphones e não consideram o custo benefício. Apenas querem porque é “melhor”.

  2. O que diz é pertinente quanto a não haver necessidade de tanta resolução para telas pequenas. Mas sobre o tempo de transferência dos arquivos não tem nada haver. Se quisermos gravar um vídeo em 4K pra assistir depois numa TV 4k de tela grande o tempo de transferência será o ônus. Que venha USB 3.0 para os smartphones!!!

  3. Amigos, Sei que o tópico ja é antigo e que a esse ponto alguns provavelmente ja tenham mudado de de opinião. Mas para quem esta acessando a página agora, temos que considerar o avanço das tecnologias de realidade virtual como o Oculus Rift,Samsung Gear e até as mais simples como o Google cardboard. Nesses casos quanto maior a resolucao do aparelho melhor será a experiência do usuario. Por isso não tenho medo de dizer que 4k, 8k,16k… e todos os que venham no futuro serão super eficazes em atender a essa demanda. Acho q temos que olhar ao redor antes de começar a criticar os avanços só porque nao achamos utilidade pratica hoje. Eu que ja tenho esperimentado essas tecnologias posso afirmar que é um caminho sem volta e que a sensação se assistir a um filme 3d e visitar lugares virtualmente é algo impressionante. Sem falar nas vantagens para a medicina e outras areas.

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