Foram várias as manifestações que recebi sobre o post da semana passada Adeus a uma amizade sincera. Talvez as amizades realmente sinceras hoje em dia estejam em falta. Ou, quem sabe, as pessoas tenham sido sensibilizadas em seu lado mais nostálgico. De fato, é raro encontrar alguém com um aparelho eletrônico que continua funcionando após vinte anos seguidos.

O episódio me fez lembrar uma antiga polêmica que volta e meia ressurge: já não se fazem mais equipamentos como os de antigamente? Será mesmo? Alguns defendem a tese da “obsolescência programada”, pela qual os produtos são feitos com data de validade (não declarada), tendo em vista que a maioria das pessoas é induzida a trocá-los de tempos em tempos. Já comentamos o assunto aqui. Leitores a toda hora se queixam de aparelhos que deram defeito com poucos meses, às vezes semanas, de uso – o que evidentemente é um absurdo!

Mas continuo achando que seria estupidez da indústria (e aqui não falo desta ou daquela marca específica) se planejar para produzir coisas que venham a causar no usuário mais irritação do que satisfação. Na maior parte dos casos, a revolta se transforma em ódio contra aquela marca, e esse sentimento tem alto poder multiplicador. Nas redes sociais e em sites como Reclame Aqui estão os antídotos. Nenhuma empresa quer ver sua marca bombardeada em posts, tuítes e compartilhamentos que tendem ao infinito. Além do Procon e do Idec, essa é a grande arma do consumidor.

No entanto, não se deve esquecer que, mais do que em qualquer outro ramo de atividade, na área de tecnologia os produtos se tornam obsoletos rapidamente. Cabe ao consumidor avaliar até que ponto isso é, de fato, um problema. Eu, por exemplo, continuo usando um computador adquirido em 2009, um celular de 2011 e um TV de 2012. Todos me atendem satisfatoriamente (bem, o celular nem tanto, mas desconfio que o problema seja mais da operadora que do aparelho).

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