electricity-power-lines-texasRecorro aqui a um dos mais cultos e bem informados jornalistas brasileiros, Elio Gaspari, colunista da Folha de São Paulo e de O Globo, para tentar explicar a atitude do governo federal diante da crise energética, digo, água e energia elétrica (Petrobrás é outra história…). Gaspari simplesmente analisou os dados fornecidos pelos ministros e pelo Palácio do Planalto, para concluir que vai sobrar para o que ele chama de “patuleia” (tradução: nós todos, contribuintes e consumidores). Depois das eleições, é claro. Leiam com atenção:

“Em dezembro a comissária Gleisi Hoffmann (N.R.: ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT ao governo do Paraná) lastimou as inundações do verão dizendo o seguinte: “Não temos como evitar chuvas”. Sábia senhora, reconheceu que até lá não vão os poderes petistas. O problema é que, não podendo também evitar a estiagem (“estresse hídrico”, no dialeto do poder), o governo desorganizou o setor elétrico, apostou contra o clima, perdeu e, como não poderia deixar de ser, a conta vai para a patuleia.

Na hora de explicar, a doutora Dilma (ex-ministra de Minas e Energia) continuou cuidando do PMDB e mandou para a vitrine uma equipe de eletrotecas que fizeram o possível, mas não responderam à principal pergunta: Quem pagará o buraco de R$ 12 bilhões? (Ervanário equivalente a todos os investimentos do governo em janeiro).

Em fevereiro o ministro Edson Lobão já avisara: “A repercussão não será imediata”. Óbvio, ela chegará no ano que vem, depois da eleição. É nesse ponto que a inépcia associa-se à empulhação. Um governo que mobilizou sua máquina de marquetagem quando baixou as tarifas não teve a lealdade de reconhecer que precisa aumentá-las logo.”

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