Young couple in consumer electronics store looking at latest televisionCerta vez, um executivo da indústria me disse que, da forma como está estruturado o comércio brasileiro, a maioria das redes de varejo são meras “imobiliárias”, que alugam espaço para seus fornecedores. Exageros à parte, é fato que os fabricantes de eletrônicos vivem em permanente guerra por espaço dentro das melhores lojas. Não sei como são feitos os acordos, mas a figura do “promotor de vendas”, que representa a marca, tornou-se mais visível (e certamente mais importante) do que a do próprio vendedor.

Com a força do comércio online, a maioria dos fabricantes de eletrônicos passou a vender diretamente, o que para o consumidor seria, em princípio, um bom negócio. O problema é que a internet, nesse caso, funciona no máximo para concluir a compra, jamais para escolher o produto com os cuidados recomendáveis. Nos últimos anos, seguindo a receita da Apple (sempre ela), algumas marcas investiram também em lojas próprias, com resultados – até onde se sabe – variados. Uma das medidas anunciadas no início do ano pelo CEO da Sony, Kazuo Hirai, para enfrentar a sequência de prejuízos foi justamente fechar grande parte de suas lojas físicas espalhadas pelo mundo.

Agora, a empresa japonesa anuncia uma decisão que vai na direção contrária: abrir 350 pontos de venda dentro de lojas da rede americana BestBuy, aproveitando a marca “Sony Experience”. A ideia seria utilizar esses espaços para promover produtos top, como TVs, câmeras e players 4K, além do PlayStation 4. Segundo o site Digital Trends, a Samsung já faz isso desde o ano passado, só que em 1.400 lojas(!!!) da mesma rede; na última sexta-feira, a empresa coreana anunciou que agora serão “apenas” 500 lojas.

A conclusão é que os principais nomes da indústria ainda não sabem como atingir o consumidor. Fazem “experiências”, provavelmente a custos altíssimos, que talvez pudessem ser canalizados para melhorar, por exemplo, o atendimento pós-venda, eterna queixa dos usuários (e aqui não estou me referindo apenas ao Brasil, é um problema mundial). Quanto teria custado equipar 1.400 lojas tidas como premium e, depois, desequipar 900 delas? Alguém deve ter esses números.

1 thought on “Brigando por espaço nas lojas

  1. O brasileiro ou pelo menos a maioria, acho que compra TV pelo preço, e não pela marca.
    Gosto de frequentar lojas físicas representantes de marca. Minhas duas últimas TVs adquiri na loja da Sony do Shopping Bourbom onde obtive melhor preço e orientação com conhecimento técnico do produto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *