150-inch-PDP baixaFoi no último dia 3, na cidade de San Diego (Califórnia), a comemoração oficial dos 50 anos da invenção dos displays de plasma. Durante o evento Display Week 2014, promovido pela SID (Society for Information Display), profissionais de vários países aplaudiram de pé os engenheiros Donald L. Bitzer, coinventor do painel, e Tsutae Shinoda, cuja equipe criou a tecnologia usada na geração de imagens a partir do famoso “gás de plasma”.

plasma1A data, na verdade, é arbitrária. Uma invenção como essa leva tanto tempo que é impossível determinar o dia exato em que tudo veio à luz. Mas foi em junho de 1964, na Universidade de Illinois, que dois professores – com a ajuda de um aluno de pós-graduação – apresentaram a estrutura do monitor que serviria de base para a fabricação de plasmas (foto ao lado). A meta de Bitzer, como professor de física, era desenvolver um display gráfico para ser usado nas salas de aula. Os TVs de então eram todos feitos com tubos de raios catódicos (CRT), pesados e impraticáveis para essa finalidade. Na foto abaixo, feita no início deste ano, ele aparece mostrando seu protótipo original, do qual detém a patente.

Donald L Bitzer

 

Mas foram necessários quase 30 anos para que os displays de plasma chegassem ao mercado internacional. Em 1973, Shinoda, jovem engenheiro da Universidade de Hiroshima recém-contratado pela Fujitsu, começou a trabalhar num projeto de uso de gás neon para produção de imagens; a empresa, no entanto, decidiu abandonar a ideia após a queima de vários protótipos construídos por Shinoda e sua equipe. Contrariado e persistente, ele decidiu sair e montar a Shinoda Plasma Co., que finalmente conseguiu, em 1983, apresentar as primeiras unidades – usando a estrutura de painel de Bitzer para acomodar uma caixa eletrificada cheia de neon – com telas de até 12 polegadas.

Plasma Elite KURO PRO-111FD 1O primeiro TV de plasma (42″) saiu pela própria Fujitsu em 1996, revelando qualidade de imagem muito superior à dos displays de cristal líquido (LCD), feitos inicialmente para uso em informática. Os plasmas foram crescendo de tamanho: o maior deles, com 152″, foi apresentado pela Panasonic na CES 2010 (foto ao alto). Mas os avanços na fabricação de LCDs, principalmente após o surgimento dos backlights de leds, levaram fabricantes de peso – como Sony, Philips e Toshiba – a desistir do plasma, algo que muitos especialistas lamentam até hoje. Mesmo com toda a evolução, os LCDs ainda não atingiram o mesmo nível de contraste e definição de cores (acima, um dos modelos da celebrada linha Kuro, da Pioneer, considerados os melhores até hoje).

Shinoda_1

 

 

 

O dr. Shinoda (ao lado, também em foto recente) ainda defende o uso do plasma para algumas aplicações (vejam aqui). Mas, para a maioria, o plasma – aos 50 anos de idade – é uma tecnologia com os dias contados. Samsung e LG são as duas empresas que continuam produzindo, mas cada vez em menor quantidade. A festa do dia 3, portanto, foi uma merecida homenagem aos dois inovadores. Mas valeu como uma despedida. Esses 50 anos passaram mesmo muito rápido.

10 thoughts on “Tecnologia de plasma faz 50 anos

  1. Foi pensando nesse “skyline” final do Plasma que me esforcei para ter o melhor painel que eu pudesse pagar (Panna 65VT50b), para fazer companhia ao antigo Panna TH-50PZ80LB, tudo isto depois de vários testes e comparações com todas as TVs de LCD/Leds existentes no mercado, por muitos anos, e finalmente nenhuma me convenceu quanto à qualidade absoluta da imagem frente ao um TV de Plasma TOP (dentre os quais incluo também o 65VT60b e 64F8500 da Samsung). É uma pena que o povão ignorante, e mal orientado pelos vendedores, corre apenas atrás de brilho, muito brilho que nem mariposas noturnas atrás da morte, pagando super caro por recursos mil que serão pouco utilizados, e esquecem do principal que vem a ser a beleza de uma imagem beirando a perfeição de um excelente TV de Plasma. Agora, só nos resta aguardar que em breve a tecnologia do OLED, uma vez solucionado o problema da curta durabilidade do pixel azul, possa nos proporcionar novamente uma imagem com a mesma beleza e qualidade absoluta do TV de Plasma por um preço que o mortal comum possa pagar num ecrã de 65″ para cima.

  2. Olá Vitor, o plasma é muito mais complexo e mais caro de fabricar. Com a desistência de grandes fabricantes, principalmente Sony, Philips e Pioneer, caiu a demanda pelos paineis. Ao mesmo tempo, os TVs de LED melhoraram e ficaram mais baratos. Ainda há um mercado para plasmas na área de monitores profissionais, mas no segmento de consumo não mais. Abs. Orlando

  3. Walter Carneiro, quero apenas registrar que, ignorante ou nao, eu nunca precisei de vendedor algum me orientando para dar uma total preferencia à imagem clara dos televisores de tubo CRT e de LCD/LED, visto que eu assisto televisao em ambiente claro (nao vou transformar minha sala numa batcaverna so para ver televisao, acho isso ridiculo), e sempre detestei a imagem escurecida dos paineis de plasma, dos televisores de retroprojecao e dos telões de projetores caseiros. Aliás, nao gosto nem mesmo da imagem escura das salas de cinema.

    É apenas uma questão de preferência. É muito provável que você tenha aquela obsessão doentia com “o preto mais preto” acima de tudo… Ja eu considero o brilho da imagem muito mais importante que o preto da mesma imagem. Pelo visto, a maioria das pessoas tambem preferem o brilho. Cada um na sua.

  4. É,vou cuidar bem da minha 65VT50 mas gosto tanto da imagem do plasma que estou pensando(loucura,né?)comprar enquanto ainda tem uma 65 VT60 para deixar de estepe caso pife minha VT50.

    Por enquanto(e parece que vai demorar)não temos ou teremos OLEDs maiores que 55″ com preço razoável.

    Na sua concepção de expert,Orlando,você acha que chegaremos a ter os OLEDs maiores nos próximos 2 ou 3 anos,comercialmente falando?

  5. Talvez, Rubens, a indústria às vezes nos surpreende. Como a maioria das pessoas parece satisfeita com os LEDs, acho que demora mais um pouco. Abs. orlando

  6. Como admite meu xará,acima,a grande massa do povão nada sabe e nem se preocupa em consultar especialistas para pelo menos saber o que é melhor em cada setor.

    Curtem imagens e coisas brilhantes e são os mesmos que ao invés de gostar de música,curtem som e vão comprar aqueles aparelhos cheios de luzes brilhantes e piscantes,com 4 ou mais caixas acústicas gigantescas,nas casas Bahia.São aparelhos chamativos,com especificações superlativas(algo como 100.000W RMS a 50% de DHT) que colocam num volume estupendo e onde se pode ouvir aquele som(distorcido) a quilômetros de distância,incomodando a tudo e a todos…

    Existem também os audiófilos que gostam de música e investem dezenas ou centenas de milhares de reais em equipamentos hi-end,ouivem suas músicas em volume moderado e se preocupam com fidelidade,palco sonoro,timbre,etc.São pessoas que se importam com o prazer que a máxima qualidade pode proporcionar,não com barulho alto.

    As telas de plasma equivalem a esta qualidade só que de imagem ao invés de áudio e são reconhecidamente(exceto o OLED)as que tem melhor qualidade em suas exibições visuais.

    Quem quer imagens com cores realistas,brilho na medida certa e resolução dinâmica excelente,nem pensa nessas tvs de “LED”( na verdade LCDs com retroiluminação de LED.Basta ver que são os painéis de plasma que possuem certificação e ajustes THX que reportam à qualidade ideal para exibição de filmes.Ressalte-se ainda,que o renomado diretor George Lucas escolheu uma plasma(a da Panasonic,que,infelizmente abandonou essa tecnologia pois a grande massa só quer brilho,não qualidade)para lançar seu importante lançamento “Avatar” em blu-ray.

    Cada um faz o que quer(ou pode) com seu dinheiro,por isso respeito os “brilhantistas” mas é bom respeitar-se também quem quer a melhor qualidade que o dinheiro pode comprar,ainda mais se puder custear um ambiente com iluminação controlada( normalmente,essas pessoas não assistem seus programas na sala de estar mas,sim,têm em seu lar,um ambiente dedicado,que tem o nome da nossa revista:HOME-THEATER).

  7. Ainda bem que nesse blog do Orlando Barrozo participam pessoas que entendem de qualidade absoluta de imagem e sabem que eu não exagerei nos superlativos destinados à imagem de uma EXCELENTE TV DE PLASMA, que é para quem pode e não para quem quer… A minha excepcional 65VT50b eu assisto tanto com as 5 lâmpadas acesas na minha sala dedicada quanto com as mesmas apagadas e não percebo nenhuma degradação da imagem por não apresentar o excesso de brilho das melhores LCD/Leds (que eu também tenho em minha casa), cuja imagem de pessoas no seu ecrã minha esposa exigente apelidou de “massinhas”, por falta de total realismo dinâmico na sua apresentação dos detalhes finos da imagem. Que existem LCD/Leds, com local dimming, com ótima apresentação de imagem eu concordo plenamente, mas ainda estão a uma unha atrás na qualidade absoluta de um excelente TV de Plasma, com ou sem brilho… Que venham logo as OLEDs acima de 60″, por um preço que o mortal comum possa pagar. Só assim eu darei os “meus sinceros pêsames” à quase finada tecnologia do Plasma, que vai deixar muitas saudades nos apreciadores da melhor imagem até hoje produzida eletronicamente.

  8. Lamento profundamente que os fabricantes tenham abandonado os Painéis de Plasma, principalmente a Panasonic, a qual fez os melhores painéis, os quais ganharam por cinco anos seguidos como sendo os melhores televisores do mundo!! Mas, os painéis de Lcd/Led, custam mais barato para se fabrica-los, fora o loby fortíssimo que algumas revistas especializadas fizerem em favor destes painéis!!! Mesmo sabendo que os TVs de Plasmas eram melhores em todos os testes!! Os Tvs de 4K Lcd/Led, estão prometendo uma imagem melhor que os Plasmas mas, já vi testes de TVs 4K, onde apareceram rastros (como nos tvs Lcd/Led)!!!
    Outro problema que vejo no TV 4K, é que ainda não existe nenhuma media capaz de suportar toda esta informação digital e muito menos se o programa em 4K for em 3 D!!! A melhor tecnologia atual é o TV o-led (organic led), o qual realmente apresenta a melhor imagem da atualidade!! Mas infelizmente eles ainda apresentam um problema sério durante a fabricação pois, mais de 30% dos painéis não passam pelo controle de qualidade e são refugados!

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