Será preciso muito mais do que alta resolução para fazer decolar a tecnologia Ultra HD. É o que diz este artigo, escrito por um especialista em displays. A questão central está no conteúdo (ou na falta de), mas o chamado 4K vai muito além: é preciso um ecosistema, como se diz atualmente, para fazer as pessoas perceberem os reais benefícios.

O site americano Display Daily, especializado no assunto, analisou bem essa situação. A partir do segundo semestre deste ano, e com mais força em 2016, começaremos a ver duas categorias de TVs 4K. Uma, mais acessível e adotada até em TVs menores (40″), e outra top, que incluirá uma série de avanços na fabricação de displays. Ambas usarão a mesma resolução (3.840 x 2.160 pixels); o que irá variar é a qualidade de cada pixel e o processamento de cores e contraste.

Estamos falando de detalhes já abordados aqui, como painéis Quantum Dots, processamento HDR e gama de cores expandida (wide color gamut). “A resolução é o mais fácil”, garante o produtor Sam Rosen, citado numa pesquisa recente da consultoria ABI Research, intitulada First Screen Video Devices (a íntegra do estudo pode ser obtida aqui). Segundo ele, em breve a maioria dos TVs será UHD (não sei informar quanto tempo seria esse “breve”). “Vamos ver quando fabricantes e lojistas começarão a fazer demonstrações lado a lado de aparelhos com e sem esses aperfeiçoamentos”.

Rosen, como vários outros experts, acha que o consumidor só concordará em adotar 4K, de fato, quando puder ver com os próprios olhos os avanços citados acima. Voto com ele, mas ao ver a quantidade de grupos e consórcios que estão lidando atualmente com os parâmetros técnicos relacionados ao 4K sinto que pode demorar mais do que todos gostariam. Abaixo, uma “pequena” lista:

UHD Alliance – Consórcio de fabricantes e produtores de conteúdo que há poucas semanas divulgou as especificações para o formato Blu-ray Ultra HD;

SMPTE (Society of Motion Picture & Television Engineers) – Uma espécie de “sindicato” de profissionais da área, basicamente americanos, que geralmente precisam referendar as inovações em cinema, televisão e, consequentemente, vídeo;

I.T.U. (International Telecommunications Union) – Também conhecida pela sigla em português (UIT), é poderosa em tudo que se refere a transmissão de conteúdo;

MPEG (Moving Pictures Expert Group) – Também sediado nos EUA, é a principal referência em tecnologias de transmissão de vídeo digital;

E.B.U. (European Broadcasting Union) – Reúne as principais redes de TV da Europa e seus fornecedores, num total de mais de mil empresas;

DigitalEurope – Com sede na Bélgica, este consórcio de fabricantes e produtores de conteúdo tem grande influência política e, portanto, sobre governos e parlamentos do continente;

IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) – Outro grupo de especialistas, com sede em Nova York e braços em todos os continentes; sua homologação é crucial para a adoção de qualquer padrão ou formato eletrônico.

Como chegar a um consenso?

1 thought on “Ultra HD, resolução, conteúdos: quem decide?

  1. Em minha opinião, não basta apenas o consumidor perceber ou constatar efetivamente a diferença de resolução entre o FULL HD e o UHD, ele quer mesmo é constatar que o preço vai valer a pena!

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