Durante a feira da ABTA, no mês passado, um dos temas debatidos foi a atual disputa pelos direitos de eventos esportivos, principalmente internacionais. É interessante o telespectador (assinante) acompanhar o assunto, porque tem a ver diretamente com a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras e pelos canais de TV paga.

Já comentamos aqui o caso de eventos como a Champions League, que a cada ano cresce em audiência, inclusive no Brasil. A ESPN, que transmite o torneio há mais de uma década, perdeu os direitos para o EI Max (antigo Esporte Interativo), canal que agora pertence à gigante americana Turner. O fato foi anunciado em maio, e até agora, prestes ao início da chamada fase de grupos, onde entram os clubes mais populares, a Turner não conseguiu vender a atração para nenhuma das grandes operadoras. Quem quiser assistir terá que recorrer à internet, no site do EI Max.

“Há loucos à solta”, ironizou o diretor geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, durante debate na ABTA, referindo-se à atitude da Turner – e também da Discovery, outra gigante americana que recentemente pagou uma fortuna pelo canal Eurosport, um dos principais da Europa. Os volumes de dinheiro envolvidos são astronômicos, como mostramos neste artigo. No entanto, além de ser uma guerra financeira (a Turner pagou pela Champions o dobro do que pagava a ESPN), o caso ilustra bem a transformação que está acontecendo no negócio de televisão como um todo.

Estudo divulgado há alguns dias pelo ConsumerLab da Ericsson confirma que os brasileiros conectados passam 36% de seu tempo online assistindo a conteúdos sob demanda (a média mundial é de 35%). Para os fãs de futebol, jogos ao vivo são ainda mais tentadores. Se um evento como a Champions League está disponível na internet, ainda que por um TV Smart, a migração é fatal. O problema preocupa emissoras e operadoras em todo o mundo: quem vai segurar essa audiência?

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