Várias entidades se uniram em torno do “Projeto UHD”, que propõe uma coordenação para implantação no Brasil do novo padrão de televisão digital. Trata-se de uma tentativa de revitalização do Fórum UHD, criado no início do ano, que agora muda de nome.

Na primeira reunião do grupo, realizada semana passada em São Paulo, a presidente da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), Liliana Nakonechnyj, anunciou a composição dos cinco comitês encarregados da primeira etapa dos trabalhos: “Hábitos de Consumo, Negócios e Visão Sistêmica”, “Qualidade de Imagem e Som”, “Distribuição e Harmonização”, “Segurança” e “Comunicação e Marketing”. “Estamos fazendo um esforço em benefício da cadeia audiovisual”, disse Liliana. “Este grupo é para termos uma visão ampla do mercado tecnológico, que irá ajudar os negócios. Não serão trazidas para cá nenhuma particularidade de entidades, pois não existe um ‘dono’ do grupo. Estamos aqui para proporcionar a harmonização do setor no Brasil, em benefício de todos os envolvidos”.

Foi uma chamada clara à união dos setores envolvidos com a indústria de televisão e que nem sempre atuam em sintonia (sem trocadilho). Fazem parte do Projeto UHD, além da SET, a ABERT e a ABRATEL, que representam as emissoras abertas; ABTA (TV por Assinatura); ABINEE e ELETROS (fabricantes de equipamentos); e a BRAVI, que reúne grande parte das produtoras de TV e vídeo. Pelo cronograma definido, cada comitê será encarregado de  analisar a implantação do padrão UHD – que não tem data para ocorrer – dos pontos de vista técnico, que o grupo chama de “definição do estado da arte”; e de “equalização do conhecimento”, expressão usada para identificar o que muitos consideram mais importante em todo o processo: fazer com que toda a cadeia envolvida entenda bem o que significa essa mudança, antes que seja levada até o consumidor.

Como já comentamos algumas vezes, Ultra HD (o popular “4K”) é uma evolução natural do padrão de transmissão que está sendo massificado agora no Brasil, o chamado Full HD. Representa um aumento de quatro vezes na resolução da imagem, expressa em pixels: dos atuais 1.920 x 1.080 para 3.840 x 2.160. Nos fóruns internacionais, no entanto, a abrangência da sigla UHD vai muito além da resolução; aplica-se também ao padrão 8K, atualmente sendo testado, que dobra mais uma vez a quantidade de pixels: 7.680 x 4.320.

Ao contrário da revolução anterior, quando se passou do SD para o HD, o novo padrão é totalmente digital e se baseia na combinação entre os recursos puros de áudio e vídeo e os de computação. A transmissão de sinal agora tem de ser analisada não apenas em vista do espectro (pelo ar), mas explorando todas as possibilidades que a internet proporciona. Processamento do sinal, métodos de compressão, armazenamento, integração das mídias, interatividade, tudo isso terá de fazer parte, de alguma forma, das novas especificações.

Os japoneses pretendem estrear com UHD na Olimpíada de 2020, que será realizada lá. No Brasil, que agora realiza a sua transição da TV analógica para a digital, as apostas mais otimistas indicam o final da próxima década.

2 thoughts on “TV do futuro começa aqui

  1. Aqui ,no Brasil,falat em tv 4K ou 8K,é risível.
    Tanto os canais abertos quanto as tvs pagas não conseguem nem transmitir em fullHD(1080p),só transmitindo em 1080i ou 720p(HD).
    A evolução natural não seria passar para o fullHD que já melhora bastante a imagem?

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